A primeira onda do liberalismo começou na década de 1970. O imperialismo iniciou uma ofensiva global para destruir as conquistas dos trabalhadores, as empresas estatais e até mesmo a própria indústria em vários países para manter a ditadura dos banqueiros. O experimento inicial foi a ditadura de Pinochet no Chile, o primeiro teste completo do liberalismo. Agora, em uma crise do capitalismo ainda maior, foi lançada uma nova investida liberal. E o novo experimento é novamente na América do Sul, a ditadura de Javier Milei na Argentina.
A América Latina passou por uma onda de governos nacionalistas que surgiu em oposição à destruição liberal. O imperialismo então decidiu que isso não era mais possível e iniciou uma onda de golpes de Estado: Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Peru, Chile, Honduras, citando os mais importantes. Mas os primeiros governos golpistas entraram em crise, Macri, Temer, Añez (Bolívia), era necessário um novo tipo de governo e ele surgiu na Argentina.
Milei apareceu na Argentina como o candidato ideal do liberalismo atual, totalmente serviçal dos bancos e do imperialismo e ao mesmo tempo aspirante a ditador fascista. Uma extrema-direita totalmente liberal, diferente da tendência maior da extrema-direita atual que é menos liberal que a direita tradicional, vide o caso Biden e Trump. No entanto, Milei era um coringa, uma figura até escatológica, o imperialismo portanto não lhe deu apoio total de principio, era preciso esperar para ver se o plano funcionaria.
Graças à falência total da esquerda argentina, tanto do kirchnerismo quanto dos demais setores, que foram totalmente incapazes de lançar uma luta contra Milei o imperialismo percebeu que era possível emplacar essa política. E assim começou a campanha de propaganda. Milei deixou de ser o louco para ser o homem da “responsabilidade fiscal”, que salvou a Argentina da “herança maldita do peronismo”. Um homem que sabe lidar com a economia, apesar do “problema da pobreza”. A campanha imperialista em defesa de Milei é gigantesca.
Isso é uma demonstração de que o principal setor do imperialismo agora irá tentar avançar governos do tipo Milei em todos os países em que tenham influência, sendo o principal obviamente o Brasil. A destruição total das economias dos países oprimidos, essa é a política da nova onda liberal, é a política de Milei na Argentina. A esquerda brasileira deve se preparar pois a ofensiva imperialista no Brasil está chegando, e ela será violenta.