O monarca do Marrocos decidiu perdoar mais de 4.800 agricultores processados ou condenados em casos de cultivo ilegal de cannabis, anunciou o Ministério da Justiça daquele país na noite desta segunda-feira 19.
Mohammed VI indultou “4.831 pessoas condenadas, processadas ou procuradas por casos relacionados com o cultivo de cannabis”, informou o ministério. O objetivo é possibilitar que os beneficiários se integrem “à nova estratégia” lançada após a legalização parcial da produção da planta para fins terapêuticos.
O Marrocos, maior produtor mundial de cannabis, segundo a ONU, aprovou em 2021 uma lei que regula o uso industrial e medicinal da cannabis, autorizando o seu cultivo e exploração em três províncias rurais da região do Rife, no nordeste.
O reino estabeleceu o objetivo de lutar contra o tráfico de drogas, posicionar-se no mercado mundial de cannabis legal e desbloquear economicamente o Rife, onde a planta é cultivada há séculos e da qual viviam de 80 mil a 120 mil famílias em 2019, segundo cálculos oficiais.
O indulto envolve apenas os plantadores, cuja atividade ilegal era tolerada, mas que podiam ser alvo de processos. Para o diretor da Agência Nacional de Regulamentação das Atividades Relacionadas à Cannabis (Anrac), Mohamed El Guerrouj, trata-se de “uma etapa importante para a eliminação progressiva do cultivo ilegal por meio da legalização ou introdução de cultivos alternativos”.
A Anrac já concedeu mais de 200 autorizações a industriais para a transformação, importação de sementes e exportação.