
A votação do PL da Dosimetria, que propõe a redução das penas de Jair Bolsonaro e outros condenados pelo ataque de 8 de Janeiro de 2023, foi marcada por um recado direto do ex-presidente, ainda preso, e por conversas entre a cúpula da Câmara dos Deputados e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto foi aprovado com 291 votos a favor e 148 contra.
Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, antes da votação, Bolsonaro enviou uma mensagem a parlamentares do PL, pedindo que apoiassem a redução das penas. A mensagem foi repassada por meio de Michelle Bolsonaro, que o visitou na Polícia Federal na última terça (9).
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi o responsável por repassar a orientação do ex-presidente aos membros da bancada. “Michelle me falou que o Jair pediu isso (voto a favor da redução das penas) na visita”, relatou o deputado.
Com o aval da família Bolsonaro, Sóstenes assumiu o compromisso de votar a favor do projeto sem tentar retomar o texto original, que previa anistia ampla e irrestrita a todos os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.

Além das conversas internas na Câmara, houve também diálogos com ministros do STF, conduzidos pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Embora o relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), só tenha apresentado seu parecer na terça, o texto já estava pronto há semanas.
Paulinho, de maneira indireta, insinuou que o projeto estava pacificado com o Supremo, afirmando que “se alguém recorrer ao Supremo com essa questão, acho que vai perder”.
A proposta agora segue para o Senado, onde o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já se comprometeu a colocá-la em votação antes do início do recesso parlamentar, que está previsto para o final da próxima semana.