O que será… que será?
por Izaías Almada
Numa passada de olhos pela internet o leitor encontrará muitas informações sobre a criação do dia do trabalhador na data de 1º de Maio, quando da realização de uma greve de trabalhadores na cidade de Chicago, nos EUA, no ano de 1886.
Passados 139 anos, poucos se lembrarão desse fato histórico e muitos sequer tomarão conhecimento da luta dos trabalhadores que reivindicavam por um número menor de horas diárias de trabalho.
Estamos a nove dias do feriado que essa data comemora, onde muitos daqueles trabalhadores foram presos e alguns condenados à morte por enforcamento.
Após a semana santa e o dia de Tiradentes, com os seus tradicionais feriados, aqui no Brasil agradecemos por mais esse descanso à espera de entrar em vigor à escala de 6×1. Adoramos um feriadinho…
139 anos e o capitalismo foi ficando cada vez mais violento, mais selvagem…
O neoliberalismo não é neo e nem liberal… Termo criado para jogar areia nos olhos dos crédulos e dos incautos e que pode ser traduzido assim: se possível total liberalização econômica, privatização total, menos Estado, taxar os pobres para ajudar os ricos e quem não tiver capital que se… (é isso mesmo que o caro leitor pensou).
No Brasil, alguns grupos militares e civis, colocaram recentemente na internet cerimônias que nos remetem a algumas manifestações celebradas pelo nazifascismo europeu, com marchas e braços erguidos em saudações.
O que será que vem por aí? Alguma coisa boa, alguma coisa que valha à pena? Ou o caos?
A rapidez da comunicação digital concede-nos ver, para além dos problemas brasileiros, a possibilidade de sentir e pensar um quadro em que o mundo não está lá muito bom das pernas.
E justo nesse momento morre o papa Francisco, corajoso defensor dos direitos humanos e defensor também dos que, pela demorada e já criminosa luta de classes, ainda vivem em pobreza extrema, excluídos que são de um convívio social mais digno, pela ganância e insensibilidade dos que têm o dinheiro, as armas e a mídia.
E a China? Xi Jiping e o povo chinês se transformarão numa alternativa saudável para um futuro que parece incerto? A Europa deixará de ficar em cima do muro? A América Latina conseguirá se livrar dos eternos governos subservientes aos ruídos de Wall Street e seus bem treinados presidentes “meio aliche/meio mussarela”?
O que será que vai acontecer? O que será?
Dizem os ingênuos e famosos “ditados populares”, que a História não se repete, que o raio não cai sempre no mesmo lugar, nada como um dia depois do outro, que quem espera sempre alcança…
Ainda acredito no pensamento dialético, na teoria dos contrários… E pensando assim, vez por outro pergunto a mim mesmo: não será Donald Trump o responsável pela grande crise da economia americana que começa, mas também o coveiro do capitalismo?
O que tem que ser, tem muita força!
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
https://www.youtube.com/watch?v=pDPCuRU6Qgg
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