Um policial militar de São Paulo foi preso na noite da última sexta-feira 4, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, depois de matar, com um tiro na cabeça, um homem que estava saindo do trabalho.
De acordo com o boletim de ocorrência, o policial militar de 35 anos pilotava uma motocicleta pela Estrada Ecoturística de Parelheiros quando foi abordado por suspeitos armados em uma tentativa de roubo. O agente reagiu com disparos para dispersar os assaltantes.
Durante a confusão, Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, foi baleado na cabeça e morreu no local. O trabalhador tinha saído do emprego às 22h28 e corria em direção ao ponto de ônibus quando foi atingido, às 22h35. O horário foi confirmado por meio do registro eletrônico de ponto apresentado por um funcionário da empresa onde ele trabalhava.
Uma mulher de 26 anos que passava pelo local também foi atingida por um disparo e socorrida. O estado de saúde dela não foi divulgado pelas autoridades. Três motocicletas foram apreendidas no local, e outro homem, colega de trabalho de Guilherme, foi detido, mas liberado após prestar depoimento.
As investigações
A Polícia Civil concluiu que Guilherme não tinha qualquer envolvimento com a tentativa de assalto que motivou a reação do policial. Com a vítima foram encontrados carteira, celular, remédios, livro, marmita, talheres e itens de higiene pessoal. Não havia nenhuma arma de fogo.
Segundo a investigação, o PM “provavelmente acreditou que se tratava de um dos criminosos que o haviam abordado” e que o policial deve ter agido por erro de “percepção”. O agente foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
A fiança, estabelecida em 6,5 mil reais, foi paga por um representante do policial. O agente foi liberado. Segundo a Polícia Militar, ele responderá pelo crime em liberdade.
O que diz a SSP-SP
Em nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública se limitou a dizer que “o policial foi autuado por homicídio culposo, pagou fiança estabelecida nos termos do artigo 322 do Código de Processo Penal (CPP), e responderá ao processo em liberdade”. De acordo com o órgão, “o caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Polícia Militar acompanha o inquérito”.