Em mais uma ofensiva militar, Israel operou na madrugada desta sexta-feira (2) um ataque aéreo contra uma área próxima ao Palácio Presidencial da Síria, na capital Damasco.
Segundo o governo israelense, a medida foi tomada como retaliação aos recentes confrontos violentos envolvendo a minoria drusa, considerada aliada histórica do país. Os militares confirmaram que caças participaram da operação, mas não divulgou detalhes adicionais.
A tensão se intensificou nos arredores da capital síria após dias de violentos embates entre milicianos pró-governo e combatentes drusos, resultando em mais de 100 mortos e dezenas de feridos, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou o bombardeio afirmando que não permitirá ameaças contra a comunidade drusa, mesmo que fora das fronteiras israelenses.
“Esta é uma mensagem clara ao regime sírio: não permitiremos que forças (sírias) se posicionem ao sul de Damasco nem qualquer ameaça à comunidade drusa”, declarou Netanyahu.
Este é o segundo ataque israelense à Síria em dois dias, o que evidencia um novo nível de tensão entre os países, representando um desafio ao presidente interino sírio, Ahmed al-Sharaa, que tenta consolidar o controle sobre um país fragmentado por mais de uma década de guerra.
Os recentes conflitos teriam sido desencadeados por um áudio que circulou nas redes sociais com ofensas ao profeta Maomé, supostamente feito por um druso. A gravação provocou a reação de militantes sunitas, que acusaram a comunidade drusa e iniciaram uma onda de ataques.
Segundo o Ministério da Saúde da Síria, apenas nos dias 29 e 30 de abril, mais de 20 pessoas foram mortas nas regiões de Jaramana e Sahnaya, incluindo civis e membros das forças de segurança. O Ministério do Interior sírio anunciou que investiga a origem do áudio e pediu calma à população.
Com o agravamento do cenário, a ofensiva israelense surge como um sinal claro de que o país está disposto a agir além de suas fronteiras em nome da proteção de grupos considerados aliados.
