O que se sabe sobre as condições de saúde do Papa Francisco

O Papa Francisco está internado em Roma devido a problemas respiratórios. Veja o que se sabe sobre sua saúde e os riscos de infecções em idosos


Os olhos do mundo católico estão voltados para o Hospital Agostino Gemelli, em Roma, onde o Papa Francisco permanece internado devido a uma série de problemas de saúde.
Veja o que você precisa saber sobre a situação de saúde do Papa — e o que os especialistas acham que isso revela sobre os riscos de infecções respiratórias em idosos.

Uma série de desenvolvimentos na área da saúde

O Papa foi internado em 14 de fevereiro por bronquite, uma infecção viral que causa inflamação das vias aéreas nos pulmões, dificultando a respiração. Durante a internação, ele desenvolveu infecções adicionais que exigiram cuidados médicos contínuos e, posteriormente, foi diagnosticado com pneumonia em ambos os pulmões, de acordo com o Vaticano.

No fim de semana de 22 de fevereiro, o Papa teve uma “crise respiratória semelhante à asma”, que exigiu o uso de oxigênio. Ele também recebeu transfusões de sangue após ser diagnosticado com plaquetas baixas, células que ajudam na coagulação sanguínea, informou o Vaticano.

A combinação de problemas de saúde impediu o Papa de desempenhar suas funções públicas, incluindo as orações semanais aos domingos. No entanto, seus médicos relataram recentemente que ele está alerta, brincando, continuando a trabalhar e lendo mensagens de simpatizantes ao redor do mundo.

Em 23 de fevereiro, o Vaticano informou que os exames de sangue do Papa mostraram sinais de insuficiência renal leve, mas que a condição estava “sob controle”. No dia 24 de fevereiro, novos exames revelaram uma ligeira melhora.

“A trajetória que estamos vendo com o Papa não é incomum: ele tem um bom dia, depois desenvolve uma infecção secundária e sofre um revés”, diz o Dr. Panagis Galiatsatos, professor associado de medicina e especialista em pneumologia e cuidados intensivos da Johns Hopkins. “Se o Papa pode nos ensinar algo, é reconhecer o quão vulneráveis os idosos são.”

O risco de infecções respiratórias em idosos

As infecções respiratórias são particularmente perigosas para pessoas mais velhas, cujos sistemas imunológicos não são tão robustos e têm menor capacidade de combater vírus e bactérias. A resposta deles às vacinas para infecções comuns, como a gripe, também é mais fraca. Além disso, conforme envelhecem, os pulmões ficam mais rígidos e os músculos responsáveis pela respiração enfraquecem, dificultando a respiração.

“Esse declínio é importante porque reduz a reserva fisiológica necessária para a recuperação após uma infecção”, explica Galiatsatos. “Quando você combina isso com o enfraquecimento do sistema imunológico, temos a tempestade perfeita de vulnerabilidade em idosos. Vírus que a maioria de nós poderia superar sem grandes problemas podem causar sérios danos a eles.”

O Papa pode ser particularmente vulnerável a problemas respiratórios. Quando jovem, ele teve um grave caso de pneumonia que exigiu a remoção de parte de um dos pulmões, o que reduziu sua reserva respiratória.

Idosos também tendem a ter outros problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes e — no caso do Papa — função renal comprometida, o que pode agravar infecções. “As infecções respiratórias não afetam apenas os pulmões; a resposta a elas envolve todo o corpo”, diz Galiatsatos. “Se o corpo já está lutando contra doenças cardíacas, diabetes ou outras condições, a resposta imunológica não é tão eficaz.”

Muitos idosos também não são fisicamente ativos e frequentemente sofrem de desnutrição, já que o apetite diminui com a idade. Isso coloca sua saúde em risco ainda maior quando enfrentam infecções.

Infecções podem progredir rapidamente

Enquanto pessoas mais jovens podem se recuperar de infecções respiratórias após alguns dias, o sistema imunológico mais fraco dos idosos os torna mais vulneráveis a contrair outros vírus ou bactérias, como ocorreu com o Papa. Se as infecções das vias aéreas superiores persistirem devido a uma resposta imunológica insuficiente, elas podem se espalhar para as vias aéreas inferiores, desencadeando pneumonia.

“As infecções das vias aéreas inferiores são tipicamente mais graves, pois afetam os alvéolos, o tecido pulmonar responsável pela oxigenação e ventilação”, explica o Dr. Andrew Meltzer, professor de medicina de emergência na George Washington University. Muitos idosos com gripe ou outros vírus podem desenvolver pneumonia se não forem tratados adequadamente com repouso e medicamentos antivirais.

“Essas infecções secundárias ocorrem porque os pulmões não são um ambiente estéril”, diz Galiatsatos. Quando um sistema imunológico já enfraquecido é mobilizado para combater uma infecção, as bactérias que já habitam nosso corpo — nos pulmões, intestino e outros locais — podem se proliferar, já que as células imunológicas estão ocupadas combatendo a infecção principal.

Como proteger os idosos

A melhor maneira de proteger os idosos contra doenças respiratórias é evitar que sejam expostos desnecessariamente a vírus e bactérias. Se você estiver doente, por exemplo, evite visitar um ente querido idoso — e, se for necessário, use máscara. Também é importante garantir que o ambiente em que eles vivem tenha boa ventilação, com filtros de ar limpos ou substituídos regularmente.

Por fim, Galiatsatos e Meltzer destacam a importância de manter as vacinas dos idosos em dia. Embora a resposta deles às vacinas possa não ser tão forte quanto a de pessoas mais jovens, a imunização pode fortalecer seus sistemas imunológicos, tornando as infecções mais brandas.

“É crucial que todos pratiquemos o controle infeccioso adequado ao redor dessa população”, diz Galiatsatos.

Com informações da TIME

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