Uma reforma ministerial ainda está latente e pode ocorrer até fevereiro deste ano pelo presidente Lula. Enquanto isso, a primeira reunião com os 39 ministros ocupou a agenda desta segunda (30) e foi um norte para o presidente sobre que passos tomar para o mais novo ano de gestão.
Um dos focos de importância da reunião, que durou das 9h até as 17h de forma ininterrupta, foi a recente crise comunicacional. Por isso, o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, usou o espaço para “prestar contas” do seu plano na área que vem sendo a principal crítica do governo Lula.
O plano apresentado aos ministros envolve ações para os próximos 90 dias, ou seja, para o primeiro trimestre do ano. Nesse período, Sidônio pretende ter mudanças significativas na comunicação do governo e, consequentemente, na imagem.
Uma das medidas será a abertura de maior diálogo e entrevistas do presidente com a imprensa. “Precisamos colocar os fatos e a verdade. Que a mentira corra atrás da verdade e não o contrário”, resumiu sobre a estratégia o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na noite desta segunda (20).
Recados de Lula: “orquestra”, “mais rua” e “não inventar”
Em meio às discussões de trocas de Ministérios, Lula deu recados aos ministros sobre as suas expectativas para o ano. Ele falou que eles deveriam trabalhar como “orquestra” junto a ele, pedindo unidade.
O presidente também afirmou que quer ver os ministros “mais na rua e menos no Palácio”. Como já dado o tom no último ano, a expectativa de Lula para o terceiro ano de mandato era levar o governo às ruas e visitar, com maior força, os municípios brasileiros. E esse recado foi passado também aos ministros.
Segundo Lula, as falhas na comunicação também estão nos erros de transmitir o que já foi feito à população. O presidente afirmou que este ano é mais de “coletar os frutos”, comunicar o que já foi feito, e “não inventar” novas medidas.
A fala foi um referência à crise comunicacional gerada pela medida do Pix anunciada. “Daqui para frente, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão para nós, sem que essa portaria passe pela Presidência da República, pela Casa Civil.”
“Não temos o direito de falhar”
Mas em tom otimista, o presidente afirmou que “o ano de 2025 é o ano da grande colheita”, porque “nem tudo que foi anunciado já deu frutos”.
“Posso dizer pra vocês que a entrega que nós fizemos para o povo ainda não foi a entrega que nos comprometemos a fazer em 2022. Porque muitas das coisas que nós plantamos ainda não brotaram, não nasceram. Esse ano será de definição”, esclareceu.
Ao quase concluir a sua fala aos ministros, o presidente disse que, neste momento, “não temos o direito de falhar”. “Nós não podemos falhar, não temos o direito de falhar. Não podemos errar, não temos o direito de errar.”
A mudança de parte dos comandos dos Ministérios deverá ocorrer após fevereiro, quando ocorrem as eleições na Câmara e no Senado. Há pressões por parte de aliados do governo no Congresso para um maior espaço no primeiro escalão do governo. Alguns ministros ouvidos na reunião desta segunda (20) poderão ter que deixar o cargo para mudanças.