O que se sabe sobre a retaliação do Irã contra bases militares dos EUA

O Irã colocou em prática as ameaças dos últimos dias e iniciou sua retaliação contra o bombardeio dos Estados Unidos a três de suas instalações nucleares. O país persa atacou, nesta segunda-feira 23, a principal base norte-americana no Oriente Médio: a de Al-Udeid, no Catar. A unidade funciona como quartel-general avançado do Comando Central dos Estados Unidos.

A mídia iraniana, que tratou a ação como o começo da “Operação Anúncio da Vitória”, relatou explosões no Catar. O Irã também disparou contra o aeródromo de Ain al-Hussein, no Iraque. A ofensiva forçou não apenas o Catar, mas o Kuwait, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos a fecharem os seus espaços aéreos.

Segundo o Catar, não houve baixas no ataque desta segunda. No xadrez diplomático e militar, Irã e Catar não são considerados países inimigos. Apesar disso, fortes explosões foram relatadas na periferia de Doha.

Ao comentar a empreitada, o Irã chamou o Catar de “amigo e fraterno”, apontando que a ação não representa nenhuma ameaça direta ao país vizinho, mas aos Estados Unidos. Informações de bastidores reveladas pelo jornal The New York Times indicam que o Irã teria coordenado o ataque com autoridades do Catar. 

Já o Iraque, que disse que acompanha com “profunda preocupação a escalada perigosa e acelerada na região”, afirmou em comunicado que esse é um acontecimento contra o qual “vem alertando há muito tempo”. A escalada “representa um ponto de viragem perigoso e sem precedentes no conflito”, afirmou o governo iraquiano.

A base de Al-Udeid fica a cerca de 350 quilômetros da costa do Irã. Os Estados Unidos utilizam o centro de operações desde que sofreram o ataque de 11 de Setembro de 2001 — ato contínuo, as forças norte-americanas recorreram ao espaço para posicionar aviões e atacar a Al-Qaeda e o Afeganistão. Atualmente, cerca de dez mil soldados norte-americanos estão lotados na base. 

A base militar de Al Udeid. Foto: Rabih MOGHRABI / AFP

Os movimentos desta segunda-feira 23 reforçaram os sinais de advertência em todo o Oriente Médio. Logo em seguida à ação, a principal base militar dos Estados Unidos na Síria entrou em alerta máximo, segundo a mídia local. 

A Casa Branca se limitou a dizer que “monitora” a situação. Já o Departamento de Defesa disse que o ataque ocorreu com “múltiplos mísseis balísticos de curto e médio alcance”. Enquanto isso, o presidente Donald Trump está reunido com autoridades de segurança.

Países do Oriente Médio, como Arábia Saudita e o Emirados Árabes Unidos, também condenaram o ataque iraniano. O primeiro taxou o ataque de “questionável e injustificável em quaisquer circunstâncias”. Já o segundo afirmou que o ataque se trata de “uma violação flagrante da soberania e do espaço aéreo do Catar e uma clara violação do direito internacional e da Carta da ONU”.

Na Europa, o presidente Emmanuel Macron, da França, clamou pela diminuição da escalada. “Apelo a todas as partes para que exerçam a máxima contenção, reduzam a tensão e retornem à mesa de negociações. Esta espiral de caos precisa acabar”, escreveu Macron, que prestou solidariedade ao Catar.

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