
Há dez anos, membros do Legislativo chinês associavam frequentemente o Brasil ao futebol, soja, carne e minério de ferro. Hoje, o Brasil é visto sob uma nova perspectiva, associada à visão estratégica da China de um mundo multipolar e ao combate à hegemonia do Ocidente.
Delegados do Congresso Nacional do Povo (CNP), ouvidos pela coluna de Marcelo Ninio, do Globo, ressaltaram a amizade e a parceria entre os dois países.
A cooperação entre a China e o Brasil vai além das matérias-primas. Para Grace Ling, delegada de Hong Kong, os dois países devem unir forças para defender seus objetivos comuns, entre eles o multilateralismo e a paz.
“É importante defender o direito de cada país de preservar suas particularidades, sem imposições de uma única cultura dominante”, afirmou Grace.
Chan Cheuk-hay, presidente da Faculdade de Tecnologia de Hong Kong, destacou a importância da cooperação no BRICS e disse esperar que haja mais intercâmbio entre o Brasil e a China na área de educação superior. Segundo ele, o Brasil se tornou um “amigo próximo da China” e aliado importante no Sul Global.
Diante da pressão dos Estados Unidos sobre a China, com aplicação de tarifas adicionais e restrições ao acesso de determinadas tecnologias avançadas, um delegado da província sulista Jiangxi afirmou que é necessário fortalecer parcerias com países em desenvolvimento, como o Brasil.