A burguesia colocou em marcha um novo golpe de Estado para eleger um novo Fernando Collor de Mello, retirando Lula e Jair Bolsonaro das eleições de 2026. O objetivo? Roubar a população e salvar os bancos e grandes capitalistas por meio de um novo Plano Collor.
Assustada com o espantalho do fascismo, a esquerda apoia cegamente Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF) como um todo em sua perseguição cada vez mais ditatorial ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao bolsonarismo.
Completamente iludida, esses setores da esquerda acham que se trata de um combate ao fascismo; que a burguesia que deu golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff estaria combatendo o fascismo ao perseguir Bolsonaro; e que essa perseguição seria favorável a Lula, porque facilitaria sua reeleição em 2026.
No entanto, a burguesia já decidiu que não vai aceitar que Lula vença as eleições 2026. Da mesma forma, decidiu que não quer Bolsonaro.
Enquanto ela tenta tirar Bolsonaro do páreo através da perseguição política feita pelo STF, a burguesia também atua para impedir a vitória de Lula, ou mesmo que o presidente desista de ser candidato. A burguesia faz isto cercando cada vez mais o governo, obrigando-o, através de seu ministro da Economia Fernando Haddad, a realizar uma política neoliberal, o que torna o governo cada vez mais impopular.
As manobras que a burguesia está fazendo têm o objetivo de eleger um candidato da terceira via, isto é, um político completamente serviçal do imperialismo, sem qualquer base popular, que irá realizar uma política desenfreada de privatizações e roubo do povo brasileiro. A burguesia quer fazer no Brasil o que Javier Milei está fazendo na Argentina.
A burguesia já fala em nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ronaldo Caiado (UNIÃO), Eduardo Leite (PSD) e Romeu Zema (NOVO). Mas estes políticos podem ser apenas balões e ensaio, para, na hora H, a burguesia apresentar um ilustre desconhecido, que seria o salvador da pátria.
Embora a esquerda não acredite nisto, e continue iludida com a crença de que Lula ganhará em 2026, é preciso lembrar que a burguesia já fez isto antes: em 1989, quando elegeu Fernando Collor de Mello, e em 1994, quando elegeu Fernando Henrique Cardoso (em ambas ocasiões derrotando Lula).
Em 1989, Collor era um ilustre desconhecido. Lula era o candidato mais popular. Mas, através de inúmeras manobras, dentre as quais calúnias contra Lula e a campanha farsesca de que Collor seria o “caçador de marájas”, ela conseguiu elegê-lo. A derrota de Lula desmoralizou completamente a esquerda, o que contribuiu para gerar uma paralisia no movimento operário.
Uma vez eleito, Collor, a serviço do imperialismo, fez uma política de choque econômico, o chamado Plano Collor, e, dentre várias medidas, congelou todos os ativos bancários (inclusive a poupança) do povo brasileiro. Todos que tinham dinheiro no banco não podiam mais o sacar, pois o dinheiro estava congelado.
O pretexto desse crime sem precedentes contra o povo brasileiro era conter a inflação. Mas a inflação disparou e o povo perdeu o dinheiro que estava congelado. Foi um plano de roubar o dinheiro da população para dar para os bancos e demais grandes capitalistas.
A eleição de Collor e seu plano de choque não foram exceções. A burguesia fez o mesmo em 1994, quando elegeu Fernando Henrique Cardoso. Durante as eleições daquele ano, Lula era, novamente, o candidato mais popular, tendo 65% de intenções de votos no início do ano.
Mas, em verdadeiro golpe da burguesia, o então presidente Itamar Franco colocou em marcha o Plano Real, também elaborado pelo imperialismo. Assim como o Plano Collor, o pretexto era diminuir a inflação, equiparando o real ao dólar. A burguesia utilizou isso para fazer propaganda a favor de FHC e, através de outras manobras, conseguiu derrotar Lula novamente.
Assim que tomou posse, FHC impôs uma derrota ao movimento operária. Ele enfrentou uma greve duríssima dos petroleiros, mas com ajuda da imprensa burguesa e da esquerda, conseguiu derrotar a greve. Após a derrota, FHC impôs uma multa gigantesca que aniquilou os sindicatos dos petroleiros durante anos.
A partir daí, ele deu o Brasil de graça ao imperialismo. Privatizou a Telebrás, a Vale do Rio Doce, a Petrobrás. Foi um saldão que devastou o País.
Hoje, a burguesia prepara um golpe igual a esse, para impor planos de choque econômico como o Plano Collor e os de FHC.
Esses planos foram minuciosamente montados pelo imperialismo e pela burguesia brasileira, em razão da crise imperialista na época. Hoje, a crise do imperialismo é ainda mais profunda, a maior crise desde 1929, com inúmeros monopólios imperialistas à beira da falência. Para adiar esse colapso, o imperialismo precisa aumentar o roubo contra os países oprimidos.
Assim, as burguesias imperialista e brasileira preparam um novo Plano Collor, que, desta vez, será ainda pior do que o primeiro. O imperialismo quer que seja feito no Brasil o mesmo que Javier Milei está fazendo na Argentina: privatizar tudo que conseguir privatizar, bem como acabar com todo tipo de assistência à população.
Apesar do golpe de 2016, a burguesia não conseguiu fazer essa destruição com o governo Michel Temer. Por isso, prepara-se a continuação e a consolidação deste golpe agora.
Toda a perseguição a Bolsonaro, a ditadura cada vez maior do STF, a censura cada vez mais disseminada, tudo o que vem acontecendo desde o golpe de 2016 é a burguesia preparando um novo golpe de Estado. E esse golpe vai provocar a maior destruição econômica, o maior roubo dos trabalhadores que já aconteceu no País.
Apenas a mobilização dos trabalhadores pode impedir o novo golpe em marcha.