O que motiva o crescimento das cotações, do ouro e da moeda forte nos Estados Unidos

A euforia dos investidores nos Estados Unidos pode ser um fator que explica os ganhos consistentes apurados pelo mercado de ações nos últimos dois anos, assim como o desempenho do dólar e o preço recorde do ouro.

O índice S&P 500 aumentou cerca de 40% desde que o presidente Joe Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021 e tem estabelecido novos recordes sucessivamente, assim como os índices Dow Jones e NASDAQ.

Além disso, o dólar fortaleceu-se acentuadamente face a todas as principais moedas, enquanto o preço do ouro subiu para um recorde histórico de US$ 2.470 por onça no início deste mês.

Na visão de Jeffrey Frankel, professor na Universidade de Harvard e pesquisador associado do National Bureau of Economic Research dos EUA, uma explicação possível para o boom do mercado de ações foi o desenvolvimento da inteligência artificial, que impulsionou as ações de empresas de chips – porém, o avanço tem sido consistente em todos os níveis.

Frankel argumenta que outra explicação para a alta do ouro e das ações está na política monetária dos Estados Unidos – as taxas avançaram em dois anos e meio, incluindo as taxas de longo prazo, o que deveria ter reduzido o valor tanto das ações como das commodities.

“Normalmente, os mercados bolsistas caem quando as taxas de juro sobem, assumindo que outros fatores permanecem inalterados”, diz o articulista, ressaltando que “os aumentos das taxas de juro reduzem o valor atualizado dos lucros empresariais futuros (…)”.

O argumento sobre a política monetária norte-americana reside no fato de que os investidores aguardam um início no ciclo de alívio dos juros pelo Federal Reserve ainda este ano, o que em teoria poderia explicar tanto a alta da bolsa como do ouro.

Mas e o desempenho de curto prazo? Para isso, Frankel recorre ao mercado de câmbio – o dólar está cerca de 14% mais caro do que era há três anos, o que derruba a explicação monetária para as altas das ações do ouro.

Outra justificativa seria a diversificação adotada por muitos países, dentre eles a China. Porém, existem poucas provas de que, em um primeiro momento, as tensões geopolíticas seriam responsáveis por um afastamento global do dólar.

Um terceiro ponto seria a robustez da economia norte-americana, uma vez que a procura por ações, ouro e dólar aumenta conforme o crescimento supera as expectativas. Entretanto, não se sabe se essa euforia será mantida após as eleições de novembro.

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