Montagem de fotos de deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e Erika Hilton (PSOL-SP)
Os deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e Erika Hilton (PSOL-SP) – Reprodução

Nesta semana, um embate acalorado entre os deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e Erika Hilton (PSOL-SP) marcou a sessão da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR) da Câmara dos Deputados. O episódio gerou grande repercussão nas redes sociais e levantou discussões sobre transfobia na política, ataques pessoais e respeito no ambiente legislativo.

Durante a sessão, a psolista propôs uma audiência pública sobre a saúde mental de pessoas transmasculinas, tema que foi imediatamente criticado pelo bolsonarista. Em meio às críticas, o parlamentar fez comentários considerados transfóbicos, insinuando que a deputada estaria apaixonada por ele e dizendo: “O que minha esposa tem, você não tem”.

A declaração gerou revolta e levou a deputada a responder de forma contundente: “Que nojo! O senhor me respeite! O senhor é um homem baixo, asqueroso, nojento”.

Além dos ataques pessoais, Gilvan ironizou o estilo de vida da deputada, afirmando que Erika não poderia defender pautas de esquerda enquanto, segundo ele, usa “bolsas de R$ 20 mil” e “mantém maquiador no gabinete”.

Em tom de deboche, o parlamentar afirmou: “Você não manda em mim, você manda no teu maquiador. Você tem que elevar o capitalismo… andam de sapato de 10 mil reais, o maquiador o tempo todo, faz o cabelinho”.

Em resposta, Erika Hilton denunciou a tentativa de desqualificá-la com base em sua identidade de gênero e origem social: “Ele teve a baixeza e a pachorra do nível desse tipo de gente de dizer que eu estaria me apaixonando por ele, de dizer que eu não tinha algo que sua esposa, da qual eu tenho compaixão por ter que dormir todas as noites com um homem desse tipo, tinha. Presidente, essas pessoas não estão capacitadas para fazer um debate dentro desta Casa”.

“Este é um reflexo do adoecimento das democracias, e são assim que elas morrem. Essas pessoas vêm aqui pela única e exclusiva vontade de continuarem colocando em curso seus projetos de morte, de enriquecimento ilícito”., seguiu a psolista.

Erika também defendeu sua trajetória e o direito de usufruir dos bens adquiridos com o próprio trabalho: “Sobre as minhas bolsas, eu quero dizer de uma vez por todas: ‘eu não devo satisfação do que faço com o fruto do meu trabalho’. O ódio desta gentalha é ver, em uma mulher como eu, negra, travesti, vinda dos lugares que eu vim, ocupando o lugar que ocupo e ocupo de cabeça erguida”.

“Não me intimido diante dos canalhas. Eu não venho aqui a passeio, eu não venho aqui para fazer baderna”., finalizou ela.

Gilvan da Federal voltou à Câmara dos Deputados no início de agosto, após três meses de suspensão. O bolsonarista estava afastado de suas atividades parlamentares desde maio, por atacar a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ele se referiu à petista dizendo “que devia ser uma prostituta do caramba”.

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Last Update: 16/08/2025