
O que fazer na falta do que fazer?
por Izaías Almada
Nada, ou melhor, deite-se, vire-se para um lado, para o outro, pegue o celular e faça um joguinho ou então veja bobagens nos reels… Na pior das hipóteses leia um livrinho qualquer.
É, isso mesmo! Pois, se o doente sistema econômico capitalista atual estiver, como parece, disposto a não reconhecer que vai sendo ultrapassado até pelas trapalhadas que faz a todos que comungam de suas esperanças, o mundo caminha – mais rápido do que se imagina – para o apocalipse.
Esse raciocínio sobejamente óbvio, similar a tantos outros, mas com diferentes palavras ditas e escritas por religiosos, filósofos, cientistas das mais variadas atividades, jornalistas, historiadores, líderes políticos, bem intencionados ou não, vai aos poucos se banalizando e deixando nos céus um gigantesco ponto de interrogação…
Vamos a um exemplo bem simples sem nos esquecermos – é claro – dos que ainda morrem de fome, dos desempregados, dos desvarios trumpistas, pelo custo abusivo dos produtos farmacêuticos e dos planos de saúde, da falta de moradias, etc., etc., etc… Cada leitor pode aumentar a lista como quiser.
O exemplo, simples, repito, é esse: aumenta a cada dia que passa o número de invenções da robótica (antes e depois da IA), com máquinas simples e complexas que vão substituindo o ser humano em várias atividades de trabalho, de lazer, dos meios de transporte, dos aparelhos que ajudam a detectar doenças, do próprio conhecimento científico e também das destrutivas e cada vez mais assustadoras armas de guerra.
O robô e os automóveis nos ajudarão a entender melhor a questão: os carros já andam sem motoristas, estacionam direitinho, evitam batidas no trânsito e na China já existem robôs que jogam futebol!!! Que tal?
Nada disso é considerado pertencer ao rol das “fake news”, pois existem fotos e vídeos que comprovam cada uma das invenções.
Muito bem: se os robôs e outras máquinas, como escrevi acima, vão substituindo o ser humano em várias de suas atividades e a população mundial continua a aumentar, como estará o nosso planetinha no ano de 2050? Tentem imaginar…
Milhões de nós já não estaremos aqui para ver, claro, mas garanto que a confusão vai ser das maiores.
Isso sem falar na mãe natureza, que já vem demonstrando não estar nada satisfeita com a sua destruição e de vez em quando faz das suas com terremotos, inundações, mudanças climáticas fora do cronograma.
E a possibilidade de nova guerra mundial, heim, não conta?
Já pensaram? Uma faixa de Gaza em dimensões bem maiores em cada continente? Heil, Netanyahu! Aprendeu bem a lição, não?
Pois é, amigo leitor, os dias vão passando e esperamos pelo julgamento e pela prisão do mito há três anos e meio. Será que ele vai ser preso mesmo ou teremos ainda outra tentativa de golpe pelo meio caminho? O Brasil, todos sabem, é um país movimentado a golpes de estado… Desde 1889…
Até um avião da CIA já pousou em território brasileiro e ninguém ficou sabendo o que ele veio fazer aqui. Curioso, não?
E os traidores da pátria? Vão ficar impunes? Será que não há mesmo nada a fazer?
E assim se passaram os anos…
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.