
O processo envolvendo a morte do comerciante Igor Peretto, assassinado a facadas em agosto de 2024, entrou em fase decisiva com o encerramento do prazo para manifestações das defesas. Agora, a Justiça avaliará se os três acusados, Rafaela (viúva), Marcelly (irmã) e Mario Vitorino (cunhado), serão submetidos a júri popular.
As defesas apresentaram seus últimos pedidos antes da decisão final. O advogado de Rafaela, Yuri Cruz, solicitou a devolução do celular da ré, alegando que o aparelho poderia conter provas de sua inocência. “Para que a defesa técnica possa apurar a existência de novos elementos probatórios que possam robustecer [fortalecer], ainda mais, a categórica ausência de responsabilidade penal de Rafaela”, afirmou Cruz ao G1.
Mario Badures, advogado de Mario Vitorino, focou seu pedido na revogação da prisão preventiva e no vazamento de dados durante o inquérito. “Nesta altura do processo não encontra mais qualquer necessidade”, disse sobre a manutenção da prisão.
Já Leandro Weissman, defensor de Marcelly, questionou a existência de provas materiais contra sua cliente, solicitando informações sobre exames em roupas e unha postiça.

O Ministério Público sustenta que o crime foi premeditado, com Igor sendo visto como “empecilho no triângulo amoroso” entre os acusados.
A promotora Roberta Bená Perez Fernandez descreveu o caso como “chocante e violento”, destacando que os envolvidos não tentaram ajudar a vítima, mas sim planejaram rotas de fuga. “Fizeram buscas de rota de fuga ou de quanto tempo demoraria para [o corpo] cheirar e chamar a atenção de alguém e eles terem tempo de fugir”, relatou.
O laudo necroscópico revelou que Igor teria ficado tetraplégico caso sobrevivesse ao ataque. O crime ocorreu no apartamento de Marcelly em Praia Grande, onde, segundo depoimentos, Rafaela e Marcelly teriam tido um envolvimento amoroso pouco antes da chegada de Igor e Mario.
Além do suposto motivo passional, o MP aponta que os acusados teriam vantagens financeiras com a morte. Mario assumiria a loja de motos que tinha em sociedade com Igor, enquanto Rafaela receberia herança. Marcelly, por sua vez, se beneficiaria indiretamente por seus relacionamentos com os outros dois acusados.
O caso ganhou notoriedade após vídeos mostrarem Mario fazendo um gesto associado a facção criminosa antes de uma audiência. Tiago Peretto, irmão da vítima e vereador, denunciou o comportamento dos acusados: “Eles [os três acusados] debochando da população”.
Com as alegações finais do MP e das defesas em andamento, o juiz deverá em breve decidir o futuro processual dos três réus, que permanecem em prisão preventiva desde setembro de 2024, quando tiveram prisão temporária convertida.
