O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), comentou nesta quinta-feira, 5, os resultados de duas pesquisas de opinião do instituto Genial/Quaest que apontam aumento na desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e avanço de nomes da oposição em cenários para as eleições de 2026. As declarações foram feitas após cerimônia pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, realizada no Palácio do Planalto.

De acordo com levantamento divulgado na quarta-feira, 4, a desaprovação da gestão federal alcançou 57%, o maior percentual desde o início da série histórica em fevereiro de 2023.

A mesma pesquisa registrou que a aprovação está em 37%, enquanto 6% não souberam ou preferiram não responder. Na comparação com o levantamento anterior, realizado em abril, a desaprovação subiu cinco pontos percentuais.

Já na quinta-feira, 5, a Genial/Quaest publicou nova rodada de pesquisa com foco em cenários eleitorais para 2026. Os dados indicam empate técnico entre Lula e nomes da direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em eventuais disputas de segundo turno.

Ao ser questionado sobre os números, Alckmin destacou que os dados refletem um momento específico e defendeu cautela na interpretação.

“Isso é a fotografia de um momento. Não vamos negar pesquisa, mas é o retrato de um momento”, declarou. O vice-presidente ocupa interinamente a Presidência da República durante a viagem de Lula à França, onde participa de compromissos diplomáticos.

Na avaliação de Alckmin, fatores conjunturais da economia têm influenciado a percepção da população. Ele citou a alta recente nos preços de alimentos e a valorização do dólar frente ao real como elementos que impactaram a inflação e, por consequência, a avaliação do governo.

“Nós devemos ter uma safra recorde esse ano, o que deve cair o preço dos alimentos e também a inflação. Um aumento do dólar muito forte, chegou a US$ 6,20, o que afetou a inflação. Ele já caiu para US$ 5,70. Então, é um outro momento”, afirmou.

O presidente em exercício também demonstrou expectativa por uma reversão nos indicadores de popularidade do governo federal. “Tenho absoluta conclusão de que nas próximas avaliações esse quadro deve melhorar”, declarou.

As pesquisas da Genial/Quaest foram conduzidas em meio a um ambiente de instabilidade econômica, marcado por flutuações no câmbio, críticas de setores do mercado financeiro à política fiscal do governo e resistência do Banco Central em reduzir a taxa básica de juros. Esses fatores têm sido apontados por analistas como elementos que pressionam a confiança de investidores e consumidores.

O governo tem reiterado o compromisso com a responsabilidade fiscal e aposta na aprovação de medidas como a regulamentação da reforma tributária para reverter as expectativas negativas.

A equipe econômica também argumenta que a inflação está sob controle e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser mantido em patamar positivo neste ano.

No campo político, os resultados das pesquisas também coincidem com movimentações de pré-candidatos da oposição, que têm aumentado a presença nas redes sociais e nos estados.

Tarcísio de Freitas, por exemplo, intensificou agendas fora de São Paulo e tem adotado posicionamentos sobre temas nacionais, alimentando especulações sobre uma possível candidatura à Presidência. Jair Bolsonaro, por sua vez, permanece inelegível, mas mantém influência sobre parte do eleitorado e sobre o Partido Liberal.

A pesquisa divulgada na quarta-feira foi realizada entre os dias 30 de maio e 2 de junho, com 2.045 entrevistas presenciais em 120 municípios.

A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Já o levantamento publicado na quinta-feira focou em simulações de segundo turno e ouviu os mesmos entrevistados. Ambos os estudos foram encomendados pela Genial Investimentos.

Alckmin, que já presidiu o país interinamente em outras ocasiões, tem sido porta-voz de temas econômicos e de articulação institucional.

Nas últimas semanas, defendeu a aprovação de projetos voltados ao desenvolvimento industrial e à transição energética, dois dos pilares da estratégia de crescimento do governo.

Na cerimônia desta quinta-feira, ele reforçou o compromisso com metas ambientais e destacou medidas em andamento na área da sustentabilidade.

Apesar da reação oficial às pesquisas, aliados do governo têm demonstrado preocupação com a percepção pública e avaliam formas de intensificar a comunicação institucional. Entre as iniciativas, estão previstas campanhas de divulgação de ações federais e maior presença de ministros em agendas públicas regionais.

A próxima pesquisa de abrangência nacional da Genial/Quaest deve ser divulgada em julho. O Palácio do Planalto acompanha os resultados como termômetro para ajustar estratégias políticas e econômicas no segundo semestre.

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Last Update: 05/06/2025