O êxito das campanhas de comunicação do PT nas redes sociais, o rico Processo de Eleição Direta (PED) com a participação de mais de meio milhão de militantes, as ações nefastas de Jair Bolsonaro contra o Brasil e a coesão no setor progressista para a vitória em 2026 foram destaque da entrevista do secretário nacional de comunicação do partido, Jilmar Tatto, ao programa Café PT.
Na manhã desta quarta-feira (16) na TvPT, Jilmar disse que não havia um problema de comunicação e sim de posicionamento político, e creditou o sucesso do PT nas redes ao empenho conjunto de diversos setores.
“O PT entrou na era digital. Havia muitas críticas de que o PT estava ainda analógico, que não fazia disputa política com os bolsonaristas, com a extrema-direita. Tudo isso (que está acontecendo) é fruto do esforço de todo mundo, da comunicação, do próprio governo, do presidente Lula, dos nossos parlamentares, de toda a militância. Temos ideias, propostas e temos verdade”, destacou, ao apontar que os setores progressistas usam a inteligência artificial sem criar fake news.
“Há uma rede de militantes fazendo ‘videozinho’, jogando na rede, discutindo nos seus grupos de Instagram e Whatsapp”, comemorou. Jilmar avalia que o posicionamento político veio com odecreto do presidente Lula sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), rejeitado pelo Congresso, com a taxação BBB, bilionários, bancos e bets, a campanha Defende Brasil e a proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e redução para quem ganha até R$ 7.350.
“Foi como se abrisse uma cortina, ‘agora chega’, e aí entramos com a campanha do BBB, principalmente as fintechs como XP e Nubank que simplesmente não pagam imposto. Aí começamos a fazer a disputa na rede social e todo mundo entrou e entendeu o recado”, assinalou, ao falar da rede “Pode Espalhar”, com apoio da Fundação Perseu Abramo e de setores progressistas.
Lula dá a linha e Bolsonaro vai para a cadeia
Jilmar instigou a militância a se engajar nos processos de produção e distribuição de conteúdos. “Vocês também podem produzir, a linha política está dada. O presidente Lula sempre deu a linha política para o Brasil, mas o importante é que nós entramos na área digital e temos a compreensão de que isso é fundamental, principalmente os mais antigos, que estão começando a perceber que não basta só panfletar, fazer só a reunião no bairro”, sinalizou.
Apesar da importância de preservar a relação direta com as pessoas, “pois isso dá vida, dá vibração, energia e calor humano”, Jilmar avalia que a disputa política nas redes sociais é fundamental, não só buscando conteúdos produzidos pelo partido, Secretaria de Comunicação (Secom) e lideranças, mas também a militância produzindo os conteúdos.
“Quem souber deve fazer e disparar, para que possamos defender nossas ideias e ao mesmo tempo combater os conteúdos do adversário que geralmente são fake news. O momento é esse, entramos na era digital, não vamos sair e vamos disputar também no digital a política no Brasil. E Bolsonaro vai para a cadeia”, ressaltou.
Coesão para a vitória em 2026
Além do sucesso do PED, Jilmar vê a união do governo, do partido e de diversos setores como pontos que levarão o presidente Lula ao seu quarto mandato.
“Existe coesão no governo, coesão no PT, coesão nos setores progressistas e, além de tudo isso, a gente fez um PED maravilhoso com meio milhão de pessoas que foram votar e elegeram o nosso companheiro Edinho Silva. Estamos num momento bom, na dianteira, que significou coesão política e posicionamento político. Eu acho que é esse é o caminho para a vitória do Lula em 2026”, assinalou, ao falar do compromisso de campanha do presidente Lula de colocar os ricos no imposto de renda e os pobres no orçamento.
Para beneficiar os 30 milhões que vão ficar isentos do imposto de renda basta cobrar de 141 mil pessoas que não pagam imposto. “Estamos falando de um menos de 1% da população. Quando você tem conteúdo, quando você tem proposta e deixa claro o objetivo, todo mundo entende”, refletiu, ao lembrar que o governo trabalhou muito com a PEC da Transição para acabar com o teto de gastos, um crime contra o povo.
“Agora é colher frutos, aprovar a isenção do imposto de renda, a escala 6X1 e preparar a pré-campanha. Nova direção eleita, governo fazendo entregas e a gente fazendo a disputa política na sociedade. Por outro lado, Bolsonaro na cadeia. Vamos garantir que o Lula ganhe no primeiro turno em 2026, vamos nos preparar para isso”, ressaltou.
Criminosos contra o Brasil
Sobre a mobilização da família Bolsonaro e do governador de São Paulo para que os estados Unidos imponham taxas ao povo brasileiro como forma de livrar o ex-presidente da cadeia, Jilmar foi direto.
“O Bolsonaro e o Tarcísio (de Freitas) estão sendo criminosos contra o Brasil, eles não estão defendendo o Brasil, estão defendendo os Estados Unidos, o Trump. Colocaram o boné do Estados Unidos, Bolsonaro fez continência para a bandeira dos Estados Unidos, não fez continência para a Bandeira do Brasil, não cantou o Hino Nacional do Brasil. Eles não são patriotas, eles são mentirosos. Então essa campanha é justamente para deixar claro que eles não gostam do Brasil e que, para defender a própria pele, eles defendem os Estados Unidos”, disparou.
O tiro, segundo Jilmar, saiu pela culatra. “Nós saímos das cordas e o tiro deles saiu pela culatra”, ressaltou, ao dizer que no segundo semestre Bolsonaro vai ser preso e que o presidente Lula está correto ao fazer o decreto de reciprocidade na taxação com os Estados Unidos.
“Eles não mandam no Brasil. Eles que mandem no quintal deles, na turma deles. O Trump é um problema do povo americano. Queremos crescimento aqui Brasil porque somos um país soberano, um país independente e que tem as suas próprias leis”, assinalou, ao dizer que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vai perder o mandato.
“Ele teve muitos votos mas abandonou, foi para os Estados Unidos organizar toda essa chantagem política e comercial contra o Brasil, contra a indústria brasileira e quem é o mais prejudicado é justamente o estado dele (São Paulo)”, apontou, ao lembrar que o PT entrou com pedido de cassação. “Se ele não comparecer na Câmara é automático, perde o mandato, o que é um desrespeito para com o eleitor. Mas é assim, ele (Bolsonaro) não se importa com nada, e o filho não é diferente”, sentenciou.
Estratégia para salvar a indústria nacional
Jilmar avalia que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai voltar atrás na taxação de 50% das exportações brasileiras mas vê saídas na articulação com outros países, como os do Brics, e com a Europa. “Se o Trump insistir com essa medida, o vice-presidente Geraldo Alckmin vai começar a articular alternativas para aquelas empresas que estavam exportando para os Estados Unidos começarem a exportar para outros países”, sinalizou.
O Brasil vai superar essa fase e salvar mais uma vez a indústria nacional. “Só o presidente Lula consegue isso”, sublinhou ao criticar muitos do agronegócio e da indústria que apoiam Bolsonaro, apesar de perderem dinheiro como ele, e sempre se beneficiaram com o governo Lula.
“Vamos com muita paciência, mas com muita determinação, coragem e competência derrotar todos eles e derrotar na urna, na democracia”, anunciou.
PED faz bem para a democracia
“Foi um momento muito rico. O PED dá vida ao PT, é isso que faz o PT ser grande, ser forte e ser respeitado”, exaltou Jilmar sobre o PED 2025, ao enfatizar que a sociedade brasileira acompanha o que acontece no PT. “Nossa responsabilidade é muito grande e eu fiquei muito feliz com a cobertura (pelos canais do partido). O PED faz bem para a democracia, para o PT e a militância gosta de debater”, exaltou o secretário nacional de Comunicação ao destacar a paridade entre homens e mulheres, a participação da juventude e de negros e negras nas direções. “Meio milhão num universo de três milhões (de filiados) é muita gente”, ressaltou.
Jilmar comparou o PT aos demais partidos. “No PL o Valdemar manda sozinho”, afirmou, citando outros partidos do centrão onde quem manda são os parlamentares. “No PT não, quem manda são os filiados. O PT tem um processo muito rico, muitos debates, debates acalorados, a TvPT transmitiu os debates. Fizemos um processo de discussão fantástico, foi um momento mobilizador”, assinalou, ao falar do encontro em Brasília no começo de agosto com mil delegados.
“Vai ser um momento muito importante”, observou ao falar que tem expectativa que o presidente Lula participe.