O Ministério Público do Peru pediu, nesta terça-feira 9, 30 anos e 10 meses de prisão para a ex-candidata presidencial Keiko Fujimori no julgamento que ela enfrenta por lavagem de dinheiro no âmbito do escândalo Odebrecht.
O anúncio coube ao promotor José Domingo Pérez durante a audiência do caso, no qual ela é acusada de receber dinheiro ilegal para financiar suas campanhas de 2011 e 2016.
Pérez também solicitou ao tribunal que desqualificasse Fujimori para ocupar cargos públicos por 15 anos, o que a retiraria das eleições presidenciais de 2026.
Keiko Fujimori é a líder do Força Popular, o principal partido de direita do Peru, pelo qual concorreu três vezes à Presidência.
O MP acusa a filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) de lavagem de dinheiro, crime organizado e obstrução da Justiça, além de fazer declarações falsas em um procedimento administrativo.
Keiko, 49 anos, não compareceu ao tribunal, aonde Perez chegou usando um colete de segurança, ao contrário da audiência anterior, na qual ele o dispensou.
A ré teve sua prisão preventiva decretada duas vezes – 16 meses no total -, acusada de receber contribuições ilegais da construtora brasileira Odebrecht, no valor de 1,2 milhão de dólares (6,52 milhões de reais), para as campanhas de 2011 e 2016. Fujimori sempre disse ser inocente.
Embora as contribuições de campanha de empresas estrangeiras fossem permitidas à época, o Ministério Público a processou por não ter declarado o dinheiro da Odebrecht.
O julgamento contra a líder e mais de 40 corréus – no qual foram convocadas cerca de 1.500 testemunhas – pode levar mais de um ano.
O escândalo de corrupção da Odebrecht no Peru também envolveu quatro ex-presidentes peruanos entre 2001 e 2016, além de vários políticos.