O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu, nesta sexta-feira (26), o seu contraparte argentino, Javier Milei, horas antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 e após a recente polêmica sobre cânticos racistas.

Milei foi recebido com um aperto de mãos e um abraço pelo presidente da França.

Segundo a Presidência francesa, os dois buscarão estreitar laços em temas como a transição energética, a defesa, a ciência e a cultura, durante a primeira visita oficial do dirigente ultraliberal a Paris.

A reunião acontece dias depois de Buenos Aires apresentar à França suas desculpas por um comentário da vice-presidente Victoria Villarruel, em resposta a uma polêmica durante a Copa América.

Villarruel qualificou o país europeu de colonialista e os franceses de hipócritas frente ao racismo, após o debate suscitado por cantos da seleção de futebol considerados racistas e homofóbicos.

Advogados de desaparecidos franceses durante a ditadura argentina pediram a Macron que expresse um claro rechaço a Milei pela visita de deputados governistas ao repressor preso Alfredo Astiz.

Sobre esse ex-capitão de 72 anos pesam duas sentenças à prisão perpétua por crimes de lesa humanidade durante a ditadura militar (1976-1983), entre eles os crimes contra as freiras francesas Leonie Duquet e Alice Domon.

O verdadeiro propósito dessa visita foi, de fato, assegurar aos condenados de que suas penas seriam anuladas em breve e que seriam colocados em liberdade, assegurou a advogada Sophie Thonon em uma carta.

Ao ser perguntado sobre o ocorrido em uma entrevista ao canal digital Neura nesta sexta-feira, Milei disse que a visita aos presos foi vontade dos deputados. Eu não teria feito isso, acrescentou.

Milei deve participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 e na recepção prévia aos chefes de Estado e de governo organizada por Macron no Eliseu.

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Última Atualização: 26/07/2024