O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, declarou que todos os presidentes do bloco Mercosul deviam estar presentes na cúpula em Assunção, criticando a ausência do presidente argentino, Javier Milei.
“Não só a mensagem importa, o mensageiro é muito importante”, disse Lacalle Pou, referindo-se à ausência de Milei, que enviou a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, em seu lugar.
“Se o Mercosul é tão importante, todos os presidentes deveriam estar aqui. Eu dou importância ao Mercosul. E se realmente acreditamos neste bloco, todos deveríamos estar aqui”, declarou o presidente uruguaio.
Além de Lacalle Pou e do anfitrião paraguaio, Santiago Peña, participaram da cúpula o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o boliviano, Luis Arce, dias após ter contido uma tentativa de golpe de Estado em La Paz.
Mondino disse que “esse tipo de encontro tem valor porque permite a troca de pontos de vista” e acrescentou que “não precisamos concordar, mas devemos ser capazes de ouvir diferentes opiniões. Espero que como grupo alcancemos essa maturidade”.
Além das controvérsias envolvendo Milei, o bloco regional enfrenta um momento difícil, com um acordo com a União Europeia estagnado e negociações com a China cheias de obstáculos.
Milei anunciou que faltaria ao evento após trocar críticas com Lula, a quem acusou de ser um “esquerdista” com “ego inflamado”. Em vez disso, viajou para uma conferência conservadora no sul do Brasil e se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Voltamos a ser uma região balcanizada e dividida, mais voltada para fora do que para si própria”, afirmou Lula em seu discurso. “Nunca nos deparamos com tantos desafios, seja no âmbito regional, seja em nível global.”
Peña enfatizou a importância de manter a unidade do bloco, afastado de considerações ideológicas. “Estamos um pouco fatigados com a integração e precisamos renovar a cultura da integração”, disse a jornalistas.