O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, não descartou a possibilidade de uma alta na taxa básica de juros. “A alta está na mesa, sim, do Copom e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, disse em um evento promovido pela consultoria Warren Rena, em São Paulo.
Apesar das falas, o diretor afirmou que o BC não forneceu nenhum tipo de indicação sobre o que será feito nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária.
A interpretação de que o Copom deve aumentar a taxa de juros no próximos encontros é após a ata da última reunião, realizada no dia 31 de julho, ser divulgada.
O Copom afirma que ‘não hesitará em elevar a taxa de juros’ nos próximos encontros caso considere a ação necessária para manter a inflação dentro da meta.
A decisão do grupo em manter a taxa em 10,5%, patamar que coloca o Brasil na terceira pior posição de um ranking de juros global, foi duramente criticada pelo governo e por representantes do setor produtivo brasileiro.
A presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, acusou o BC de ‘sabotagem do país’. O presidente do Sebrae, Décio Lima, alertou que qualquer retrocesso terá impactos negativos para os pequenos negócios, prejudicando o empreendedorismo, a geração de empregos e a distribuição de renda no país.
A Confederação Nacional da Indústria avalia que o atual estágio da taxa básica de juros traz “severas restrições à atividade econômica brasileira”.