O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou na quinta-feira 22 que, para a instituição, aumentar os juros é uma prática comum e pode ser feita se o BC julgar necessário.
Segundo ele, o BC não sente “inibição” em eventualmente aumentar a taxa básica de juros, a Selic. “Não é algo que qualquer um de nós do Copom sentiu em nenhum momento, essa inibição de que a gente não poderia fazer isso”, disse.
Em uma fala durante o 32º Congresso e ExpoFenabrave, Galípolo reforçou que a decisão não é mecânica e envolve várias variáveis econômicas para balizar a decisão sobre a taxa de juros. “Posição difícil é inflação fora da meta, que é uma situação desconfortável. Aumentar juros é uma situação cotidiana para quem está no BC“, completou.
A próxima reunião do Copom ocorrerá em 18 de setembro. No fim de julho, o comitê decidiu, por unanimidade, manter a Selic em 10,5% ao ano.
A Selic é o maior ponto de tensão entre o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o governo do presidente Lula (PT). Atualmente a taxa coloca o Brasil como o terceiro colocado na lista das mais altas taxas reais de juros.
Galípolo é o nome mais cotado para ocupar o cargo de presidente do BC após o fim do mandato de Campos Neto – o presidente Lula (PT), porém, ainda não confirmou a indicação.
A expectativa é que o martelo seja batido sobre o novo presidente da autarquia já nas próximas semanas.