O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participou de uma audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados na terça-feira (13) e foi questionado sobre o encontro com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Em 10 de junho, o governador paulista homenageou Campos Neto com um jantar no Palácio dos Bandeirantes. Além do presidente do BC, participaram ainda empresários, ex-ministros e banqueiros.
Para Campos Neto, a homenage foi apenas um reconhecimento do quadro do Banco Central. Ele acrescentou ainda que aceitará todos os convites que em que o trabalho da autarquia federal seja reconhecido.
Bolsonaristas
O encontro, porém, gerou desconforto no governo federal, uma vez que Tarcísio de Freitas seria um dos herdeiros do espólio político de Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030.
Campos Neto foi indicado à chefia do Banco Central em 2019, por Bolsonaro. Nas últimas eleições, usou a camisa da seleção brasileira, adotada por bolsonaristas, para votar – fato do qual ele disse ter se arrependido, em entrevista ao Conversa com Bial.
Ainda sobre o jantar de Tarcísio, Campos Neto afirmou que entendeu o convite como apenas mais um evento, uma vez que também foi recebido e homenageado pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil) e que ninguém falou nada.
O presidente do BC garantiu ainda que também participa de eventos com não apoiadores do governo Bolsonaro e que entende que, na posição que ocupa, tem de conversar com todos os governadores. “Eu recebo todo mundo. Todo mundo que vai ao Banco Central eu recebo. Eu acho que essa é a função do Banco Central autônomo”, pontuou.
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