O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou que não tem dúvidas de que o governo de Nicolás Maduro tenta cometer uma fraude ao não apresentar publicamente as atas da eleição presidencial da Venezuela.
“Não tenho dúvidas de que o regime de Maduro tentou cometer uma fraude. Se não, teriam mostrado as famosas atas. Por que não o fizeram? Se tivessem vencido, claramente teriam mostrado as atas”, disse Boric em uma declaração no Palácio de La Moneda.
O mandatário chileno foi um dos primeiros governantes a questionar a transparência das eleições presidenciais na Venezuela. Na mesma noite da votação, afirmou que os resultados que deram a vitória a Maduro, com 51,2%, eram “difíceis de acreditar”>.
Vários governos não reconhecem os resultados deste pleito, e a oposição venezuelana afirma que o vencedor foi o ex-diplomata Edmundo González Urrutia.
“Chile não reconhece a vitória autoproclamada de Maduro. Além disso, não confiamos na independência nem na imparcialidade das atuais instituições na Venezuela”, acrescentou Boric.
O presidente chileno também disse que na Venezuela estão “sendo cometidas graves violações aos direitos humanos, reprimindo as pessoas que estão se manifestando e, além disso, iniciando persecuções penais que são irrisórias”.
Segundo a ONG venezuelana de direitos humanos Provea, o número de mortos na Venezuela durante as manifestações opositoras contra a reeleição de Maduro subiu para 24.
As autoridades venezuelanas relataram que dois militares morreram em incidentes violentos que eclodiram na mesma noite da eleição.