O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Foto: reprodução

Durante as investigações da Polícia Federal (PF) sobre as negociações de joias ilegais recebidas durante viagens oficiais ao exterior, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados alteraram diversas vezes suas versões dos fatos em depoimentos.

Inicialmente, Lula afirmou que seus assessores tinham “autonomia” para agir durante seu mandato no Palácio do Planalto. Em outras ocasiões, negou ter solicitado ou recebido qualquer dos itens. Quando chamado a depor, mudou de postura e optou por permanecer em silêncio.

Em março, após a revelação do caso, Lula declarou à CNN Brasil que “não pediu, nem recebeu” os presentes. Na época, ele foi acusado de tentar trazer ilegalmente ao Brasil um conjunto de colar e brincos presenteados pelo governo da Arábia Saudita, avaliados em cerca de R$ 16,1 milhões.

“Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade”, afirmou o ex-chefe do Executivo à época.

Seu filho “01”, o senador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), defendeu o pai, afirmando que as joias da marca suíça Chopard foram incorporadas ao acervo pessoal de Lula por terem caráter “personalíssimo”.

“Na minha opinião, (a caixa de joias) é personalíssima, independentemente do valor. O TCU está tendo esse entendimento agora. A Comissão de Ética falou que não tinha problema. Foi seguindo o que foi sendo pedido. Não tem nenhum dolo da parte dele, de maldade, ou ato de corrupção. Zero”, disse.

Já a defesa de Lula, após se oferecer para devolver as joias, afirmou que o ex-mandatário “em momento algum pretende locupletar-se ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, serem havidos como públicos”.

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Luís Inácio Lula da Silva. Foto: reprodução

Ao retornar ao Brasil em março, Lula declarou que os presentes não entraram “escondidos” no país. No aeroporto de Orlando, nos Estados Unidos, ele disse: “Não sei por que esse escândalo todo. Vamos em frente. Nada foi extraviado, nada sumiu. Nada foi escondido. Ninguém vendeu nada. Acho que a questão desses três pacotes [de joias] está resolvida. Se eu tivesse pego escondido, ninguém teria conhecimento.”

Pouco tempo depois, em abril, Lula informou à PF que soube do conjunto de joias apreendido no Aeroporto de Guarulhos apenas em dezembro do ano anterior, duas semanas após o ocorrido. Ele ainda disse que buscou informações para evitar um “vexame diplomático” e “constrangimento internacional” caso os itens fossem leiloados.

“Um presente de chefe de Estado dado ao governo brasileiro jamais poderia ir a leilão por inação de quem quer que seja”, explicou o advogado e ex-ministro Fábio Wajngarten, na ocasião.

Posteriormente, o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, representante de Lula no caso das joias, negou que ele tenha recebido qualquer valor da venda de um relógio Rolex. A defesa do tenente-coronel Mauro Cid havia alegado que o montante teria sido entregue ao ex-presidente ou à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“O Cid evidentemente tem muita autonomia. Imagina a quantidade de demandas que chegam a ele e que ele tem que resolver sem o presidente da República. O presidente Lula nunca recebeu nenhum valor em espécie do Cid referente à venda de nada”, afirmou o advogado.

Em entrevista ao Estadão, Lula também comentou novamente sobre o caso, afirmando: “Ele (Cid) tinha autonomia. Não mandei ninguém fazer nada. (…) Eu quero clarear o mais rápido possível.”

Já em agosto, tanto Lula quanto a ex-primeira-dama Michelle permaneceram em silêncio ao prestar depoimento sobre o inquérito na sede da PF.

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Última Atualização: 05/07/2024