Milei acusado pelo Hamas: presidente argentino é cúmplice do terrorismo sionista
Milei acusado pelo Hamas: presidente argentino é cúmplice do terrorismo sionista
por Bruno Beaklini
Na sexta-feira 12 de julho, o governo de Javier Milei apresenta mais um ataque contra a nação árabe, o Mundo Islâmico e a Causa Palestina.
O Hamas assume a responsabilidade pelas atrocidades cometidas durante o ataque a Israel em 7 de outubro. Isto se soma a uma extensa história de ataques terroristas em seu nome.
Além disso, nos últimos anos foi revelada a sua ligação com a República Islâmica do Irã, cuja liderança foi considerada responsável pelos ataques contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires e contra a AMIA pelo Tribunal Federal de Cassação Penal em 11 de Abril. Estes ataques custaram a vida a mais de 100 cidadãos argentinos.
O Presidente Javier Milei tem um compromisso inabalável em reconhecer os terroristas pelo que são. É a primeira vez que há vontade política para o fazer.
Este Governo reiterou em múltiplas ocasiões a sua convicção de que a Argentina se alinha mais uma vez com a civilização ocidental, respeitando os direitos individuais e as suas instituições. Por esta razão, é inadmissível que aqueles que os atacam não sejam declarados o que são: terroristas.
A alegação direta contra o Hamas é baseada em uma mentira. O Movimento de Resistência Islâmica na Palestina Ocupada é considerado terrorista por Milei pelos atos de 07 de outubro (que hoje sabemos que foi o emprego do Código Hannibal por parte das tropas coloniais sionistas) e por suas relações com o Irã (conforme o comunicado).
O Hamas responde.
De imediato semelhante absurdo teve resposta. O Movimento de Resistência Islâmica exige que o governo argentino se retrate dessa decisão e se abstenha de alinhar com a narrativa criminosa da ocupação sionista e se coloque do lado da justiça e do direito dos povos à liberdade e à autodeterminação.
Além de defender o direito à resistência diante da ocupação estrangeira, e corretamente negar as falsas acusações de crime de guerra durante a operação Inundação de Al Aqsa, em 07 de outubro de 2023.
Para além dos discursos a favor do sionismo, também forma uma espécie de carta de intenções aos capitais sionistas. Notadamente se vê a presença da empresa estatal israelense Mekorot na exploração de lítio e da Xtralit nesse setor também, além da Navitas como sócia de uma petrolífera inglesa na exploração de petróleo no mar territorial argentino, mas próximo das Ilhas Malvinas.
O governo atual da Argentina foi construído através de uma campanha de desinformação através de redes sociais, promessas absurdas e uma certa anestesia de parte da opinião pública e das classes sociais excluídas na Argentina. No cenário internacional, opera como uma cabeça de ponte tanto do imperialismo clássico (estadunidense e ocidental) como do sionismo. Está disposto a avançar a todo custo e pode gerar um impacto cruel em seu país. É preciso denunciar ao ultraneoliberal em suas sandices e defender o direito à resistência do povo palestino.
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor ou do Jornal GGN
Bruno Beaklini (Bruno Lima Rocha Beaklini), militante socialista libertário de origem árabe-brasileira, cientista político e professor de relações internacionais e jornalismo.