(*) Lindbergh Farias 

É risível o movimento da extrema direita em favor de comida mais barata, tentando enganar a população com mentiras que remetem aos desastrosos quatro anos do governo do ex-capitão. Nunca existiu comida barata durante o governo Bolsonaro, quando muitos brasileiros chegaram a frequentar a “fila do osso” para obter alimento. Alguns açougues até promoveram doações de pele de frango, diante da miséria que se espalhou no Brasil de 2019 a 2022.

A inflação dos alimentos no governo militarista passado foi de 56,1 %! Nos dois primeiros anos, 27%, e nos dois últimos anos, 22%. Nesses dois anos do governo Lula foi de 8,22 %. Com Lula, em 2023, a inflação na área de alimentos foi negativa : -0,52%. É uma diferença brutal, mas a memória seletiva do bolsonarismo ignora essa realidade. Só no último ano do Bolsonaro, em 2022, e já não tinha nada a ver com pandemia, o aumento foi de 13,2%.

No governo anterior, a crise foi tão grave que fotos de brasileiros na fila do osso correram o mundo. O país com uma das maiores produções agrícolas e de carne do mundo passou pelo vexame de ver na mídia nacional e estrangeira fotos de milhares de brasileiros passando pela humilhação de enfrentar uma fila em busca de um pedaço de osso.

O governo Bolsonaro foi totalmente insensível à fome no País. O ministro Paulo Guedes (Economia) defendeu que sobras de restaurantes fossem destinadas a mendigos e pessoas fragilizadas e desamparadas. A fala chocou pessoas com um mínimo de sensibilidade social.

Com Bolsonaro, o Brasil voltou ao Mapa da Fome. Com Lula, em dois anos, o cenário já foi modificado radicalmente: 24 milhões de pessoas ficaram livres do flagelo da fome. A pobreza caiu ao menor nível no país desde 2012. Em apenas um ano de governo, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no Brasil e mais 3,1 milhões saíram da extrema pobreza. Os pobres agora estão no orçamento.

Durante o governo Bolsonaro, houve cortes nos investimentos em políticas públicas de segurança alimentar, como a suspensão de programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que fornecia refeições para estudantes da rede pública, e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que incentivava a compra de alimentos de pequenos produtores para a doação a famílias em situação de vulnerabilidade. Esses dois programas voltaram com Lula.

Diferentes pesquisas apontaram que mais de 33 milhões de brasileiros estavam em situação de fome em 2022, o maior número registrado nos últimos anos. Além disso, a insegurança alimentar atingia uma parcela significativa da população, com muitas pessoas dependendo de doações para garantir a alimentação.

Obviamente, a inflação dos alimentos traz preocupações por afetar principalmente os mais pobres. Mas, no ano passado, as suas causas foram a tragédia das cheias no Rio Grande do Sul, a seca histórica no restante do país e a alta do dólar. No caso do câmbio, atribua-se a causa principalmente à sabotagem do ex-presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto.

No caso específico da carne, tivemos também o ciclo pecuário, em que foram abatidas mais matrizes. Isso fez diminuir o abate e, consequentemente, a oferta de carne. Houve ainda o impulsionamento às exportações, que aumentaram 30% porque o dólar estava nas alturas.

Com a volta das chuvas alguns produtos importantes como o arroz e o feijão poderão ter reduções de preços neste ano, enquanto outros produtos serão afetados pela queda na taxa de câmbio após o ataque especulativo de dezembro de 2024. O presidente Lula lançou programa para estimular a produção de arroz, feijão e hortifrutis.

Por sinal, é bom lembrar que o governo anterior desprezou a agricultura familiar, responsável pela maior parte dos alimentos consumidos pelo povo brasileiro. No governo do ex-capitão reduziram-se substancialmente os incentivos ao pequeno produtor – de R$ 1,3 bilhão em 2014 para R$ 151 milhões em 2020. Mas no governo antipopular e entreguista do ex-capitão os investimentos na agricultura para exportação explodiram.

As perspectivas da safra recorde de 2025 apontam para um bom momento tanto na oferta de dólares com a exportação de produtos com mercado internacional organizado como na oferta de produtos básicos para aqueles destinados ao mercado doméstico. A Conab aponta para um aumento de 13,2% na safra de arroz em 2025, que chegará a 11,9 milhões de toneladas, a maior desde 2015. Já para o feijão o crescimento será de 4,9% com 3,4 milhões de toneladas, a maior desde 2014.

Uma das prioridades do Governo Lula é a segurança alimentar e a diminuição dos preços dos alimentos. Existem vontade política e instrumentos para enfrentar o problema. Vamos vencer essa batalha.

(*) é deputado federal (PT-RJ) e líder do partido na Câmara dos Deputados

 

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Last Update: 12/02/2025