O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou nesta sexta-feira, 6, que a extrema-direita pode exercer influência superior à do presidente da República, caso consiga conquistar a maioria no Senado nas eleições de 2026.
Em um evento do PL Mulher em Brasília, Bolsonaro destacou que, se a extrema-direita alcançar a maioria na Casa Alta, seria possível exercer um poder significativo, inclusive para pressionar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mencionando a possibilidade de abrir processos de impeachment contra os membros da Corte. Para garantir a maioria, seriam necessários pelo menos 41 dos 81 senadores.
A declaração de Bolsonaro foi enfática: “Nos decidimos quem vai ser indicado ao Supremo. As agências só terão pessoas derrotadas. Ouso dizer: mandaremos mais que o próprio presidente da República. Deus tem me marcado caminhos para mudarmos o destino do Brasil”, afirmou o ex-presidente.
A fala também reflete a incerteza de Bolsonaro sobre uma possível recuperação de seus direitos políticos. Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que ele ficaria inelegível por oito anos devido a abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, relacionados a um encontro com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, no qual fez declarações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Quatro meses depois, em outubro de 2023, o TSE também condenou Bolsonaro por abuso de poder político e econômico em razão de sua participação nas cerimônias do 7 de setembro de 2022.
Apesar das sentenças e das restrições impostas, a afirmação de Bolsonaro sugere que ele continua a planejar um papel de liderança no cenário político brasileiro, com foco no fortalecimento da extrema-direita e na conquista de maior influência política no país.
