O Papa João Paulo reiterou o apelo pelo cumprimento da ‘trégua olímpica’ durante os jogos Olímpicos em Paris, que começam na sexta-feira 26. Ao elogiar o poder unificador do esporte, o pontífice pediu que o evento seja “sinal do mundo que queremos construir”.
“O esporte tem uma grande força social, é capaz de unir pessoas de diferentes culturas de forma pacífica”, disse João Paulo no Vaticano, após a oração semanal do Angelus neste domingo 21. “Espero que este evento possa ser um sinal do mundo inclusivo que queremos construir e que os atletas possam ser mensageiros de paz e exemplos reais para os jovens em particular”.
“Na tradição antiga, os Jogos Olímpicos são uma oportunidade para estabelecer uma trégua nas guerras, para demonstrar um desejo sincero de paz”, concluiu o pontífice.
A trégua olímpica, que entrou em vigor na sexta-feira 19, é uma tradição que remonta ao século IX a.c. A tradição surge após um tratado entre três reis na Grécia para que atletas e espectadores das três cidades distintas pudessem participar dos jogos em segurança
A tradição foi revivida pelo Comitê Olímpico Internacional durante os jogos de 1990, porém a regra funciona apenas de forma simbólica de paz. A regra prevê uma pausa dos conflitos a partir dos sete dias anteriores aos jogos.
A declaração do pontífice ocorre justamente no mesmo dia em que Israel abre uma nova fase no conflito com novos bombardeios na Faixa de Gaza, onde luta contra o movimento islamista palestino Hamas, assim como o Líbano e o Iêmen, em resposta aos ataques lançados contra o seu território por grupos apoiados pelo Irã nesses países.
A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, desencadeada por um ataque do grupo islamista no território do sul de Israel, em 7 de outubro, alimentou tensões no Oriente Médio e receios de que se transforme em um conflito regional.