
A imagem do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enrolado numa bandeira de Israel, após cantar um louvor evangélico e ganhar um ‘Parabéns pra Você’ puxado pela bispa Sonia Hernandes, é uma boa síntese do que foi a 33ª edição da Marcha para Jesus.
Esse texto não é meu, é de Anna Virginia Balloussier e Fábio Pescarini na Folha. Mas é perfeito como o que até pouco tempo chamavam de lead, ou lide, ou a cabeça da notícia, as primeiras linhas que resumem o principal num texto jornalístico.
E aí está o lide da Folha nos resumindo o espírito da Marcha realizada em São Paulo pelos evangélicos. Líderes da extrema direita em cima de um caminhão, gente gritando o nome de Jesus e bandeiras de Israel para todo lado.
Tarcísio de Freitas canta na Marcha pra Jesus, enrolado na bandeira de Israel, no exato momento em que o governo de Benjamin Netanyahu tenta eliminar as poucas crianças que ainda sobraram em Gaza. A extrema direita está transformando a Marcha pra Jesus em uma Marcha pro demônio.… pic.twitter.com/RebfKRXDv9
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) June 19, 2025
Duas perguntas que se repetem todos os anos, porque essa é a marcha de número 33. O pai do moço homenageado não vai fazer nada de novo? Como se alastram e se fortalecem os laços entre Israel, o mundo neopentecostal e a extrema direita bolsonarista?
Como é que Jesus entra nessa história? Por que o diabo também não faz nada e fica olhando de longe, como se não fosse com ele?
Recomendo o texto de Fabricio Rinaldi, no DCM, sobre o que foi essa festa e o que a confusão Israel-Jesus representa no contexto das muitas ignorâncias do bolsonarismo dito religioso.
O link está logo abaixo:
Quem é a mulher que desafiou a Marcha Para Jesus portando a bandeira da Palestina