O novo líder do Governo do Reino Unido, o trabalhista Keir Starmer, declarou que não está disposto a continuar com medidas enganosas, confirmado sua intenção de abandonar o plano do governo anterior de expulsar imigrantes em situação irregular para Ruanda.
O projeto “estava morto e enterrado antes mesmo de começar (…) Não estou disposto a continuar com medidas enganosas”, disse Starmer durante uma coletiva de imprensa após o primeiro conselho de ministros do novo governo britânico.
O chefe do Partido Trabalhista já havia expressado sua vontade de pôr fim ao polêmico programa dos conservadores, oficialmente lançado em 2022, mas que nunca começou a ser executado.
As eleições legislativas realizadas na última quinta-feira deram uma vitória histórica ao Partido Trabalhista, de centro-esquerda, que obteve 33,8% dos votos e ficou com 412 das 650 cadeiras da Câmara dos Comuns, muito acima das 326 necessárias para obter a maioria absoluta.
No final de abril, o Parlamento britânico aprovou um projeto de lei que previa expulsar para Ruanda, no centro-leste da África, requerentes de asilo que entraram de forma ilegal no Reino Unido. A medida recebeu sinal verde após meses de uma batalha legislativa entre a Câmara dos Lordes e os deputados conservadores.
O projeto iria começar no dia 24 de julho, mas estava na pendência do resultado das eleições. A medida era uma das principais políticas do antecessor para impedir a imigração ilegal.
Em novembro do ano passado, a Suprema Corte do Reino Unido declarou a política ilegal, o que levou o antecessor a assinar um novo tratado com o país da África Oriental e a aprovar uma nova legislação para anular a proposta anterior.
O número de solicitantes de asilo que cruzam o Canal da Mancha bateu recordes este ano, com mais de 10.000 pessoas chegando ao país até agora.
O novo líder britânico, Keir Starmer, prometeu “reconstruir” o país, após a esmagadora vitória de seu partido nas legislativas, que pôs fim a 14 anos de governos conservadores. “O trabalho para a mudança começa imediatamente. Mas não tenham nenhuma dúvida, reconstruiremos o Reino Unido“, declarou em seu primeiro discurso na residência oficial de Downing Street.