Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as democracias estão perdendo espaço para “o extremismo, o nazismo e o fascismo”, o que se reflete em um momento “muito complicado” para a humanidade. Ele tratou do tema em entrevista dada às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta-feira 6.

“Estamos vivendo um momento muito complicado na humanidade”, disse Lula. “A democracia está perdendo o respeito para o extremismo, está perdendo espaço para o nazismo, fascismo, para as pessoas mais extremistas e irresponsáveis que não falam nada com nada e só sabem desacatar e ofender as instituições”, afirmou.

Em linha com o que já vem defendendo desde que assumiu o seu terceiro mandato presidencial, em janeiro de 2023, Lula voltou a citar a necessidade de se consolidar os arranjos democráticos globais.

“Não existe possibilidade de ter um governo que atenda aos interesses da sociedade brasileira, ou de qualquer lugar do mundo, se a gente não tiver um regime democrático”, afirmou.

No caso específico do Brasil, segundo Lula, o país enfrenta um período de “negacionismo”. Segundo ele, cabe ao governo trabalhar para superar o que chamou de “desafio”. 

“Eu penso que, como estamos em uma fase de negacionismo, onde negar é mais importante do que afirmar as coisas boas que podem acontecer, então, temos que saber que vamos ter que trabalhar muito”, indicou.

Eleição de 2026

Apesar do pleito presidencial do ano que vem ainda estar distante, o cenário político vem sendo alvo de constantes especulações. O próprio Lula, na primeira reunião ministerial de 2025, reconheceu que a eleição de 2026 “já começou”, dado o fato de que a oposição já se articula em torno de alguns nomes.

As pesquisas mais recentes vêm mostrando que a aprovação do governo Lula está em queda, mas, em termos de cenário eleitoral, o petista lidera as intenções de voto naquela que seria a sua tentativa de obter um quarto mandato presidencial.

Nesta quinta, Lula disse que o Brasil está “muito distante do processo eleitoral para ficar discutindo pesquisa”, considerando que é preciso “dar tempo ao tempo”. Ele minimizou o momento pelo qual atravessa em questão de popularidade e disse que, dado o cenário atual, não é preciso que os números sejam levados tão a sério.

“Pesquisa começa a fazer sentido quando a campanha começa. O restante é estatística que a gente tem que respeitar, mas não levar a sério”, afirmou.

‘Bolsonaro vai perder outra vez’

A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também se tornou uma constante nas discussões sobre 2026, não passou em branco nas conversas. O ex-capitão está inelegível por determinação da Justiça eleitoral, mas não se furta a dizer que deseja ser candidato no ano que vem. Questionado sobre as declarações do adversário, Lula mostrou confiança e considerou que Bolsonaro não teria chances de ser eleito.

“Se esse cidadão acha que vai voltar, pode tirar o cavalo da chuva. Quantas vezes ele for candidato, quantas vezes eu vou derrotá-lo”, disse. “Esperem o julgamento, se defendam, vai ter condenação ou não, haverá o direito de defesa que nunca houve para mim. Se a Justiça entender que ele [Bolsonaro] pode concorrer, ele pode concorrer. E se for comigo, vai perder outra vez“, afirmou Lula.

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Last Update: 06/02/2025