A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou, nesta sexta-feira 14, que o mundo precisará muito em breve fazer a sua transição energética e encerrar o uso de combustíveis fósseis.
As declarações ocorrem em meio a debates públicos sobre o polêmico projeto de exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. Apesar de não tratar diretamente do projeto, Marina sinalizou que mantém sua oposição à exploração e ao uso do combustível.
“O mundo vai precisar fazer a transição e essa COP-30 é a [oportunidade] de implementação disso”, iniciou Marina. “Ficamos 33 anos discutindo, fazendo regras, criando estrutura e agora não tem para onde fugir. As decisões foram tomadas na COP-28: triplicar a energia renovável, duplicar a eficiência energética e fazer a transição para o fim do uso de combustíveis fósseis“, defendeu a ministra.
O presidente Lula (PT), que estava ao lado da ministra no momento do discurso, tem defendido enfaticamente a perfuração da chamada Margem Equatorial para pesquisa do petróleo e futura exploração. Ele chegou a dizer, na manhã desta quinta-feira, que Marina “jamais será contra” a ideia quando for convencida de que o método usado pela Petrobras é seguro do ponto de vista ambiental.
A insistência de Lula no projeto questionado por ambientalistas – e que vai, de certa forma, na contramão de compromissos firmados pelo Brasil – se deve ao potencial de recursos financeiros que a exploração do combustível pode gerar. Segundo o governo, parte desse dinheiro poderá ser, inclusive, usada para financiar a transição energética cobrada por Marina.
Se essa transição sair do papel, argumenta Marina, o País poderá se tornar “o endereço dos melhores investimentos”. “A China se constitui hoje como o país de maior contribuição de tecnologia para a transição climática. E o Brasil pode ser o endereço dos melhores investimentos porque tem energia limpa e pode continuar investindo na descarbonização da sua matriz energética, inclusive com o hidrogênio verde”, destacou.