Como presidente do Partido dos Trabalhadores em Sergipe e deputado federal, acompanhamos a eleição e a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assim como milhões de pessoas em todo o mundo acompanharam pela mídia os discursos preconceituosos, autoritários e desprovidos de qualquer proposta de construção de um mundo justo e solidário.

A posse de Trump foi uma demonstração clara dos desafios que enfrentaremos com a sua gestão, que representa o que há de pior para o mundo na atualidade. A composição da solenidade de posse evidenciou isso: magnatas exploradores e capitalistas que simbolizam o retrocesso histórico, desde a exploração da classe trabalhadora ao desrespeito às questões ambientais, passando pela disseminação da violência, das guerras e pelo desprezo aos direitos humanos.

O presidente vem tornando claro o seu propósito de conter todos os avanços conseguidos até então, mesmo naqueles mínimos progressos em que conseguimos avançar em pautas ambientais, como a Conferência do Clima e os tratados assinados às custas de grandes negociações e que estão sendo desfeitos a partir do poder de vetos e ameaças, por parte daquele que tende a ser apoiador dos maiores poluidores e destruidores ambientais do planeta.

Uma prova de como a gestão Trump entende as questões dos direitos humanos está na forma como vem tratando os imigrantes que vão àquele país em busca de algum trabalho, principalmente os trabalhos que o povo americano não quer fazer. As imagens da deportação dos brasileiros, que o mundo inteiro assistiu, mostram o tamanho da violência com que vem sendo tratada a questão e o nível de preconceito contra todos os imigrantes, na verdade, os trabalhadores e trabalhadoras que se encontram naquele país e que, por algum motivo, ainda não estão legalizados, mas que lá trabalhavam, viviam e eram explorados como mão de obra barata numa situação de preconceitos e perseguições.

Do contingente de pessoas envolvidas nesse processo de imigração e que correm riscos iminentes de expulsão, muitos já se encontram detidos pela justiça americana, a grande maioria composta por mexicanos que representavam 67% dos estrangeiros detidos em 2022.

Vimos imagens absurdas de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, algemados e acorrentados, tratados como criminosos, em uma nítida demonstração de violência contra o povo brasileiro e uma afronta à nossa soberania.

Todos os brasileiros e brasileiras que têm um mínimo de dignidade e respeito pela nação devem repudiar essa postura do presidente americano. Enquanto isso, a representação de deputados e senadores brasileiros que estiveram na posse de Trump, sem sequer serem autorizados a participar das solenidades oficiais, permanece em silêncio. Nenhuma nota de repúdio foi emitida contra essas medidas arbitrárias promovidas pelo governo que tanto elogiaram.

É vergonhosa a atitude submissa de setores entreguistas da política, que se alinham aos neofascistas do mundo, como o presidente americano eleito que representa o que há de pior da história dos Estados Unidos.

As ações adotadas pelo governo brasileiro diante desse cenário têm sido corretas, mas é fundamental que o Brasil se imponha como nação e atue nos fóruns internacionais onde possui representatividade, fortalecendo ações coletivas contra essa tentativa de imposição de uma nova ordem mundial. O governo americano, sob o comando de Trump, tem utilizado o poder econômico de seu país para intimidar e sancionar aqueles que se opõem às suas práticas autoritárias, especialmente nos países periféricos.

O Brasil precisa reagir antes que seja tarde demais.

João Daniel 
Deputado federal pelo PT em Sergipe
Presidente estadual do PT em Sergipe

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Last Update: 30/01/2025