Poucas horas depois do desfecho do julgamento que o considerou réu por tentativa de golpe, Jair Bolsonaro convocou a imprensa para um pronunciamento em Brasília. Convocou jornalistas, mas não abriu espaço para perguntas. Sim, somente ele falou, em um monólogo de 49 minutos, sem nada de novo. Em vez disso, resgatou sua retórica de vitimismo, teorias da conspiração e ataques ao STF, à imprensa e ao governo Lula. Na palestrinha, ele chamou o julgamento de “teatro processual”, resgatou teorias da conspiração e voltou a insinuar fraudes eleitorais – inclusive no ano em que ele foi eleito – sem apresentar provas, como de costume. Ao final do discurso, pediu anistia, mas esqueceu um detalhe: anistia se concede a quem reconhece o erro, não a quem insiste em reescrever a história.
