O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes prorrogou nesta segunda-feira 16, por 180 dias, o chamado Inquérito das Fake News, aberto em 2019. O objetivo é realizar 20 novos depoimentos e concluir a análise de quebras de sigilos fiscal e bancário.
Trata-se de um dos principais meios pelos quais avançaram investigações contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, integrantes do chamado “gabinete do ódio”. Os alvos do inquérito, por sua vez, questionam a duração e as decisões sigilosas do relator.
A apuração, instaurada pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, mira a divulgação de “notícias fraudulentas, falsas comunicações de crimes, denunciações caluniosas, ameaças e demais infrações (…) que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo”.
O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, já havia afirmado na última terça-feira 10 que a apuração deve seguir em curso em 2025. “O Inquérito das Fake News se prolongou porque os eventos foram se sucedendo. Vamos ter um mar ainda um pouco agitado ao longo do próximo ano”, declarou, em conversa com jornalistas.
Barroso disse ter conversado com Moraes sobre a duração do inquérito e acrescentou que o tempo depende do encaminhamento na Procuradoria-Geral da República, que pode apresentar denúncias ou solicitar arquivamentos.
“Mesmo que o procurador-geral da República faça alguns arquivamentos e faça denúncias no início do ano, ainda vai ter uma quantidade de água para passar embaixo dessa ponte, tem que instruir todas essas ações penais”, prosseguiu o ministro. “De modo que acho que vamos ter ainda um ano lidando, talvez até mais, com as ações penais que vão resultar desses inquéritos.”