O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, fará uma visita à Colômbia nesta quarta-feira 14, antes de seguir para a República Dominicana, onde participará da cerimônia de posse do presidente Carlos Alberto Torres.

Durante a escala em Bogotá, Vieira se reunirá com o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, para uma agenda bilateral.

Oficialmente, o Itamaraty informa que o encontro tratará de temas de interesse comum entre os dois países, além de questões regionais. 

É neste segundo ponto em que devem ser tratadas as tensões na Venezuela. Ainda que o governo não tenha fornecido detalhes dos temas a serem debatidos, nos bastidores, é amplamente esperado que a eleição no país vizinho, que terminou com vitória contestada de Nicolás Maduro, seja o foco central das discussões entre os dois ministros.

A expectativa não é sem contexto: Brasil e Colômbia formalizaram, nas últimas semanas, dois comunicados conjuntos em que cobram a Venezuela pela divulgação das atas eleitorais. Os textos foram assinados também pelo governo mexicano.

Na semana passada, por exemplo, os três governos emitiram um comunicado conjunto pedindo a proteção das vidas na Venezuela e, embora reafirmassem o “absoluto respeito pela soberania da vontade do povo venezuelano”, exigiram avanços rápidos para a divulgação dos dados detalhados das atas eleitorais.

Posteriormente, Brasil, Colômbia e México informaram que estavam realizando reuniões virtuais para continuar discutindo a situação na Venezuela, em um esforço coordenado para mediar a crise política no país vizinho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o colombiano Gustavo Petro e o mexicano Andrés Manuel López Obrador devem, ainda neste esforço sobre o pleito na Venezuela, realizar uma conversa por telefone, nesta segunda-feira 12, para discutir os desdobramentos do processo eleitoral. O telefonema, no entanto, não foi adicionado à agenda oficial do presidente brasileiro.

A intenção dos governos é encontrar uma saída pacífica para o impasse entre Maduro e seus opositores. Enquanto o atual presidente já foi declarado vitorioso pela Justiça Eleitoral do país, os opositores acusam o governante de ter fraudado as urnas. Violência, investigações e até pedidos de prisão ampliam a tensão na região.

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Última Atualização: 12/08/2024