Os governos detêm uma dívida de cerca de US$ 91 trilhões, um valor quase igual ao tamanho da economia global – e que irá afetar, de uma forma ou outra, o padrão de vida de suas populações.
“Os encargos da dívida cresceram tanto – em parte devido ao custo da pandemia – que representam agora uma ameaça crescente aos padrões de vida, mesmo nas economias ricas, incluindo os Estados Unidos”, destaca a jornalista Hanna Zaidy.
Contudo, um ano marcado por eleições tem feito os políticos se esquivarem do debate em torno de temas como aumento de impostos ou corte de despesas. Em alguns casos, candidatos chegam a fazer promessas que, no mínimo, poderiam gerar alta da inflação ou mesmo uma nova crise financeira.
Países deverão fazer ajustes ‘dolorosos’
A articulista cita como exemplo os Estados Unidos, que irão gastar US$ 892 bilhões no atual ano fiscal apenas para o pagamento de juros – o valor supera todo o montante reservado para a defesa e se aproxima do orçamento destinado ao Medicare, seguro de saúde para idosos e pessoas com deficiência.
Dados do Gabinete do Orçamento do Congresso norte-americano mostram que, em 2025, os pagamentos de juros vão chegar a US$ 1 trilhão sobre uma dívida de mais de US$ 30 trilhões, uma soma aproximadamente igual à dimensão da economia dos Estados Unidos.
E nem mesmo os alarmes em torno da dívida norte-americana fizeram os principais candidatos à presidência dos Estados Unidos – o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump – se comprometerem com disciplina fiscal antes das eleições.
Os custos mais elevados da dívida representam menos dinheiro disponível para serviços públicos ou para enfrentar crises como pandemias, guerras ou colapsos financeiros.
Como os rendimentos dos títulos da dívida pública são usados para precificar outras dívidas, como hipotecas, um rendimento mais alto também corresponde a custos de financiamento mais altos para as famílias e as empresas, afetando o ritmo de crescimento econômico.
Além disso, o ritmo de alta da taxa básica de juros acaba por reduzir o investimento privado, fazendo com que os governos tenham menos capacidade de obter empréstimos. Diante desse quadro, economistas alertam que os governos deverão fazer ajustes dolorosos em suas contas dentro em breve.