
Jair Bolsonaro manifestou a aliados preocupação com os efeitos da sanção financeira imposta pelo governo dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes. Em conversas reservadas, o ex-presidente questionou se a medida poderia provocar uma reação do Supremo Tribunal Federal e agravar sua própria situação perante a Justiça brasileira, especialmente no processo sobre a tentativa de golpe.
Segundo interlocutores com trânsito no STF, a resposta é negativa quanto à influência direta da sanção, mas o clima político se acirrou. A avaliação entre ministros e investigadores da Polícia Federal é que a situação de Bolsonaro se torna mais delicada diante da suspeita de obstrução de Justiça. Isso porque as ações do governo Trump, articuladas por figuras próximas ao ex-presidente, visam desestabilizar o julgamento conduzido por Moraes.
O caso de Eduardo Bolsonaro, licenciado e atualmente nos Estados Unidos, também preocupa o entorno do ex-presidente. Aliados do deputado reconhecem que há um volume significativo de provas contra ele no inquérito que investiga sua atuação no exterior. A expectativa nos bastidores do Judiciário é de que ele será preso caso retorne ao Brasil. Eduardo tem atuado para incentivar medidas contra ministros do STF junto a setores do governo Trump.
O @STF_oficial se manifesta sobre as sanções dos EUA e reafirma seu compromisso com a Constituição e a democracia ⏩️#PraTodosVerem: contém descrição da imagem pic.twitter.com/3WXUG8d0lB
— STF (@STF_oficial) July 30, 2025
Após o anúncio da sanção a Moraes, o STF emitiu nota pública reafirmando seu compromisso com a Constituição e citando indícios graves de crimes, inclusive a elaboração de um plano que previa o assassinato de autoridades. O tribunal também condenou a tentativa de intimidação institucional promovida por lideranças estrangeiras.
A reação americana e a possibilidade de outras sanções contra ministros como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso têm causado um efeito oposto ao desejado: a maioria dos magistrados tem reforçado a coesão interna e descartado qualquer recuo frente às investigações. O gesto de Eduardo Bolsonaro em evento recente, considerado hostil por membros da Corte, também contribuiu para o aumento da tensão.
No governo Lula, o caso é tratado como parte de um esforço articulado de desestabilização institucional, com envolvimento de figuras brasileiras que, segundo nota oficial, “traem a pátria ao se aliar a forças externas contra a Justiça nacional”. A crise reforçou o discurso de defesa da soberania jurídica brasileira e acirrou a polarização no cenário político internacional.
Last Update: 31/07/2025