
Esta chamada machista está na capa do Globo, no Dia Internacional da Mulher:
“Como a presidente do México, já chamada de ‘dama do gelo’, está conquistando a confiança de Trump?”
A brava Claudia Sheinbaum é reduzida pelo Globo a uma mulher que conquista a confiança de um sujeito autoritário num poder assumidamente neonazista.
Por ter negociado alguns recuos temporários das ameaças do americano, a mexicana é apresentada como alguém que cede. E assim Trump, que tem o domínio da situação, passa a confiar nela.
Uma mulher que, para defender seu país, precisa acalmar e conquistar o ogro. É o que o Globo pensa no Dia da Mulher.
E não é nada disso. Claudia Sheinbaum obrigou Trump a recuar porque exerceu seu papel de líder do seu povo, e não por ter sido a mulher que passou no teste da confiança do machão fascista.
SEDUÇÃO
O texto acima foi publicado originalmente no meu perfil no Facebook, onde a jornalista, professora e escritora Christa Berger acrescentou esse comentário:
“Chamada horrível. Além do que observas, vejo a associação entre mulher e conquista. A presidenta deve usar de algum artifício feminino para conquistar o machão”.
A jornalista Carla Carretta Kunze deixou essa observação:
“A Dilma também era a dama do gelo, a dura demais, a louca, falaram horrores, só porque ela não usa cuecas”.

A professora e galerista Ana Luisa Kaminski escreveu:
“Não por acaso, a presidenta do México tem a maior aprovação do mundo como líder de uma nação. Talvez isso incomode os machistas donos da Globo”.
MACHISMO
O mesmo Globo traz na capa outra chamada, logo abaixo da dedicada a Claudia Sheinbaum:
“Dia Internacional das Mulheres: por que o machismo faz mal para a saúde? A ciência explica”
E a chamada acrescenta:
“Opressão de gênero gera problemas emocionais, cognitivos e comportamentais, como baixa autoestima, insegurança, depressão e ansiedade, além da incapacidade de lidar com os próprios sentimentos”
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