Silvio Santos morreu aos 93 anos, na madrugada deste sábado (17/8), após ser internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
De mortuis nil nisi bonum. “Dos mortos só se diz o bem”, segundo o ditado latino. Muita gente boa o está incensando como “renovador” da televisão. Como Delfim Netto, está sendo canonizado.
Silvio nunca renovou nada. Fez sucesso durante décadas com o mesmo programa de auditório e as mesmas piadas ruins, que com o tempo passaram a ser constrangedoras.
Pôs na grade o “Aqui e Agora”, criando o filão da violência policial como espetáculo.
Odeia jornalismo e deu voz a uma coleção de boçais fascistas. Rachel Sheherazade, hoje regenerada, foi só um deles. Abrigou o fascista Danilo Gentili e o repugnante Ratinho.
Judeu, promoveu um tal Marcão do Povo, que, no programa “Primeiro Impacto”, sugeriu ao então presidente Jair Bolsonaro, ao vivo, a criação de um “campo de concentração” para isolar os doentes de Covid-19.
A lista é interminável.
Puxou o saco de todos os presidentes, mas sempre se sentiu à vontade de fato com ditadores e tiranetes delinquentes como Bolsonaro.
Seu legado na TV é um lixo. Em 2017, ele fez uma “confissão” ao vivo.
“Sabe como é, a memória está acabando. Aliás, não é só a memória que está acabando não. Acabou o cabelo… o cabelo não, que eu ainda tenho um pouco, mas tenho que pintar. Dentadura? Postiça, é claro. Sexo? Não existe mais. Não sei para que eu estou vivendo”, falou.
Ele sabia a resposta: para ganhar dinheiro à custa da ignorância do público. Fez isso até morrer.