O Kremlin declarou que a rejeição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ao uso pela Ucrânia de armas de longo alcance fornecidas por Washington contra a Rússia é uma postura “totalmente alinhada” com a de Moscou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a declaração de Trump está “totalmente alinhada com nossa posição, com nossa opinião sobre os motivos da escalada. É óbvio que Trump entende exatamente o que está agravando a situação”.
Em um artigo publicado pela Time, Trump disse que se opunha “veementemente” ao fato de a Ucrânia usar mísseis americanos de longo alcance contra a Rússia.
“Estamos apenas aumentando essa guerra e piorando-a”, disse Trump.
O fornecedor privado de eletricidade DTEK disse que várias usinas térmicas foram “severamente danificadas” após um ataque à infraestrutura de energia ucraniana.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que a Rússia disparou 93 mísseis balísticos e de cruzeiro, 81 dos quais foram abatidos.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o ataque foi uma retaliação ao uso de mísseis ATACMS de longo alcance dos EUA contra seu território há dois dias.
À espera de que os pré-requisitos sejam cumpridos
O Kremlin disse que os “pré-requisitos” para a realização de negociações de paz com a Ucrânia ainda não foram atendidos.
O porta-voz acrescentou que os “pré-requisitos” necessários para iniciar as negociações ainda não foram estabelecidos.
A Rússia está exigindo que as forças ucranianas deponham as armas, que Kiev ceda as cinco regiões que Moscou quer anexar e que a Ucrânia renuncie à adesão à Otan.
Trump pediu um “cessar-fogo imediato” e negociações para encerrar o conflito.
Ele também disse que a Ucrânia “provavelmente” receberá menos ajuda de Washington.
Os aliados europeus e Kiev temem que Trump possa forçar a Ucrânia a fazer concessões que seriam muito significativas e que de fato dariam a Vladimir Putin uma vitória geopolítica e militar.