Trump pressiona Pequim e diz que “bola está com a China” para iniciar negociações comerciais.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pressionar a China a tomar a iniciativa para retomar as negociações comerciais, em meio à crescente escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo. “A bola está com a China. Eles precisam fazer um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles”, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, lendo uma declaração ditada pelo presidente.

Segundo Trump, a China — assim como outros países — está atrás do que os EUA têm: o consumidor americano. “Eles precisam do nosso dinheiro”, acrescentou. As declarações reforçam o impasse entre Washington e Pequim, indicando que não há uma solução próxima para a disputa que tem levado as tarifas comerciais a níveis inéditos.

Como parte de sua retaliação, Pequim ordenou que as companhias aéreas do país suspendam a entrega de novos jatos da Boeing, em resposta à decisão de Trump de elevar tarifas para até 145% sobre produtos chineses. O presidente criticou a medida em suas redes sociais, acusando a China de “romper o grande acordo com a Boeing” firmado durante sua primeira administração.

Enquanto o embate com a China continua, o governo dos EUA afirma estar em negociação com dezenas de outros parceiros comerciais, oferecendo alívio tarifário em troca da redução de barreiras comerciais. Essas tarifas foram suspensas por 90 dias a partir de 10 de abril para dar tempo às negociações. Segundo Leavitt, Trump analisa ao menos 15 propostas de acordos e deixou claro que quer aprovar pessoalmente cada um deles.

“Temos muito trabalho pela frente. Mas acreditamos que poderemos anunciar alguns acordos em breve”, afirmou a porta-voz, sem revelar os países envolvidos nas negociações.

Apesar dos avanços com outros países, as relações entre EUA e China permanecem estagnadas. As duas nações têm trocado insultos e ampliado as tarifas desde 2 de abril, quando Trump anunciou uma taxa de 34% sobre produtos chineses — ampliada em resposta a cada nova medida de Pequim.

Na sexta-feira, a China anunciou tarifas de 125% sobre todos os produtos norte-americanos, a partir de 12 de abril, intensificando ainda mais o confronto.

Enquanto os EUA exigem que a China dê o primeiro passo para iniciar as conversas, autoridades chinesas afirmam não entender claramente quais são as exigências americanas — evidência de que o conflito ainda deve perdurar.

Tribune News Service
Publicado em 16 de abril de 2025
South China Morning Post (SCMP)

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Last Update: 16/04/2025