Descrever a instalação militar e prisão israelense de Sde Teiman, no sul da Palestina ocupada, como uma sucursal do inferno para os prisioneiros palestinos, ainda seria algo suave perto do horror deste campo de concentração. De tão horripilante, Sde Teiman chegou a ser comparada à prisão de Guantánamo, a famosa masmorra e base militar norte-americana encravada ilegalmente no território cubano.

Recentemente, o sítio libanês Al Mayadeen English publicou uma reportagem detalhando torturas e assassinatos praticados pelos militares israelenses contra os detidos palestinos de todas as idades e sexos. As vítimas incluíam até mesmo crianças, sequestrados na Faixa de Gaza, desde o início da guerra e do genocídio contra os palestinos, em 7 de outubro de 2023.

A organização Sociedade de Prisioneiros Palestinos avalia que cerca de 9.600 compatriotas estão detidos em prisões israelenses. Boa parte desses prisioneiros está sob “detenção administrativa”, um dispositivo “legal” existente em ditaduras e na “única democracia” do Oriente Próximo, “Israel”. Através desse dispositivo, uma pessoa (que não seja de origem judaica) pode ficar detida pelos militares israelenses por longos períodos, sem direito a um advogado, sem acusação formal e sem comparecer ao tribunal.

Qadura Fares, chefe da Comissão Palestina de Assuntos de Detidos e Ex-Detidos, acusou “Israel” de conduzir uma guerra de vingança contra os prisioneiros e detidos palestinos, desde 7 de outubro, quando a Resistência Palestina, liderada pelo Hamas, deflagrou a heroica operação “Dilúvio de al Aqsa”, contra-atacando “Israel” e fazendo aproximadamente 250 reféns entre os israelenses, principalmente militares, policiais e colonos israelenses armados.

O advogado da Comissão Palestina, Khaled Mahagna, tomou conhecimento dos abusos relatados quando visitou dois jornalistas detidos em Gaza, Mohamed Arab e Tariq Abed, no centro de detenção de Ofer, situado nas cercanias de Ramala.

Uma das torturas relatadas contra um jovem detento palestino denuncia que os soldados israelenses inseriram o tubo de um extintor de incêndio no ânus do rapaz e acionaram o aparelho. Há outro relato acerca de outro jovem prisioneiro que teve uma barra de ferro em brasa inserida também no ânus e deixado para morrer depois.

Outros prisioneiros receberam agulhadas elétricas por todo o corpo.

O advogado divulgou ainda que os presos palestinos ficavam algemados durante as refeições; a comida desses prisioneiros consistia em apenas 100 gramas de pão ou tomate e um pouco de leite.

O jornalista Arab contou ainda ao advogado Khaled Mahagna ter assistido a um preso doente, algemado, e que pediu para ser atendido por um médico, ser espancado até a morte pelos valentes soldados israelenses.

Arab testemunhou que havia também mais de 100 presos palestinos doentes e com ferimentos graves, necessitando muito de atendimento médico com urgência, mas que foram ignorados pelos carcereiros israelenses.

Mahagna disse ainda que houve casos de detentos palestinos que tiveram as mãos atadas antes de os soldados israelenses colocassem cães para atacá-los.

Diante da pressão e das condenações internacionais e internas em “Israel”, organizações israelenses de direitos humanos estão pressionando a justiça e o governo para que emitam uma ordem judicial ordenando o fechamento da macabra base militar e prisão de Sde Teiman. As organizações afirmam que as graves violações dos direitos dos prisioneiros palestinos na instalação militar são “inconstitucionais e insustentáveis”; as organizações israelenses ainda não puderam esclarecer sobre o que deve ser feito com os psicopatas que operaram as barbaridades e também, contra quem ordenou e permitiu essas ações hediondas, que continuam acontecendo até o momento.

O imperialismo em crise terminal, quer mostrar ao mundo, em especial aos países desenvolvidos, tudo que é capaz de fazer contra aqueles que resistem aos seus mandos e desmandos. Uma política de terror e intimidação que os EUA e o anão Estado de “Israel”, estão mostrando ao mundo todo, via internet, sem nenhum sinal de pudor, vergonha ou culpa.

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Última Atualização: 18/07/2024