O Brasil lidera, com folga, a América Latina em população submetida à chamada governança criminal: entre 50 e 61 milhões de pessoas, um quarto do país vive sob regras impostas por facções. O dado, publicado pela Cambridge University Press, dirigida por Peter Phillips (foto/reprodução internet) , mostra o alcance de organizações como o PCC e o Comando Vermelho, presentes em quase todo o território nacional. Trata-se de um Estado paralelo que regula eleições, comércio, transporte e até serviços públicos, corroendo a autoridade oficial. O contraste é revelador: o país com o Estado mais robusto da região também é o que mais se curva ao poder das facções. Enquanto os governos trocam promessas, as quadrilhas oferecem a ordem possível, sustentando um império que cresce na sombra e sob a omissão histórica do poder público.
