Aécio Lúcio Costa Pereira sorrindo no 8/1, de óculos e boné
Aécio Lúcio Costa Pereira – Reprodução

O homem da foto acima chama-se Aécio Lúcio Costa Pereira. Está na História do Brasil, mas poucos sabem, além de parentes, conhecidos e servidores da polícia, do Ministério Público e da Justiça.

Aécio tem 51 anos, é morador de Diadema, na Grande São Paulo, trabalhou na Sabesp, a companhia de águas e saneamento de São Paulo, foi síndico do prédio onde morava e seus vizinhos contam que ele costumava ameaçar simpatizantes de Lula.

Esse homem foi o primeiro condenado pelo Supremo a 17 anos de cadeia, em setembro do ano passado, por envolvimento nas violências de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Essa é a lista de crimes que determinaram a condenação: dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e associação criminosa.

No vídeo usado como prova, gravado no dia da invasão, o homem disse:

“Supremo é o povo. Os caras cagam tanto no Brasil que eu acho que vou cagar lá dentro do Senado, estou nem aí. Tem um espelho d’água, vou nadar lá, aquilo lá é meu”.

Por que falar dele agora? Porque agora saiu o indiciamento de Bolsonaro, mas não pela tentativa de golpe, mas pelo envolvimento no furto de joias que seus muambeiros venderam e depois recompraram nos Estados Unidos.

Aécio está na História porque foi o primeiro brasileiro condenado por tentativa de golpe nesse século. E porque depois dele só condenaram outros homens que invadiram Brasília.

Por isso devemos falar dele e dos homens iguais a ele que estão pegando 17 anos de cadeia por ter acreditado que haveria um golpe, enquanto os militares colocavam o pijama e Bolsonaro fugia para os Estados Unidos.

Aécio foi condenado oito meses depois da invasão de Brasília. Hoje, um ano e meio depois da invasão, ninguém mais fala no núcleo do golpe. Mas com frequência temos notícias sobre a condenação de homens.

Seria sinal de impaciência esperar que os inquéritos contra os homens civis e militares tivessem o mesmo ritmo? Mesmo se sabendo que os outros casos são mais complexos?

É impaciência conviver com a sensação de que, como ninguém mais fala nos generais golpistas, eles irão escapar? Bolsonaro pode escapar, considerando-se que esse é um ano de eleição, com resultados que podem fortalecê-lo politicamente?

Enquanto não temos respostas, vamos lembrar que Aécio está na História como um brasileiro comum condenado por um golpe tabajara incentivado por brasileiros incomuns, que continuam impunes.

Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes

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Última Atualização: 05/07/2024