Apesar da melhora nos âmbitos econômico e social, a avaliação negativa do governo federal, liderado pelo presidente Lula (PT), ainda é significativa ao final do segundo ano do seu terceiro mandato. Diante da opinião pública, o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Francisco Fonseca, chamou atenção para os feitos do Poder Executivo em 2023 e 2024, durante entrevista ao jornalista Luís Nassif, na da última quinta-feira (12). [Assista o comentário na íntegra no final da matéria].

Se nós olharmos em perspectiva toda a tragédia do país desde 2016, com o golpe até o final do governo Bolsonaro, em dois anos o governo Lula fez um milagre, com esse congresso altamente conservador e reacionário”, declarou Fonseca.

Para o professor, o governo pegou uma massa falida, que é o país de 2016 para cá, (…) ou seja pegou um país totalmente desarrumado e socialmente mais injusto, desacreditado internacionalmente com Temer e Bolsonaro”, mas “em dois anos chegou a menor taxa de desemprego; maior taxa de pessoas que saíram efetivamente da miséria – um índice na série histórica fenomenal -; com a inflação claramente controlada, o dólar – que não dá falar agora porque é pura especulação – controlado”, ou seja com “investimentos externos voltando, com a respeitabilidade do Brasil no exterior [voltando], o Fundo Amazônia muito melhor do que estava”, explicou.

Avaliação negativa é herança da “polarização artificial” propagada pela Lava Jato

Os últimos dados mostram uma elevação da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, além das já citadas melhoras nos índices relacionados ao mercado de trabalho e a pobreza, enquanto avaliação geral do governo é positiva para 33%, regular para 34% e negativa para 31%, segundo a última pesquisa Quaest, divulgada na semana passada.

Segundo Fonseca, “quando aparece o índice de 31% de negativo, isso é Lava Jato, é na conta da Lava Jato e da grande mídia, que polarizaram artificialmente o Brasil, que tem uma polarização venezuelana sem ter feito nenhum tipo de reforma que se assemelhe a Venezuela”.

Essa grande mídia comercial nunca teve nenhum apreço pela democracia (…) Essa mídia não nunca teve credibilidade para defender a democracia. Estudei muitos anos a mídia e posso dizer que as evidências são muito vigorosas do papel deletério que a grande mídia tem na sociedade brasileira”, acrescentou.

O professor pontuou ainda o que chamou de “paradoxo” sobre o mapa da pesquisa Quaest, uma vez que “Lula, aparentemente, se mantém como um como um candidato imbatível para 2026”, mesmo diante das “dificuldades de comunicação do governo”, sendo sitiado pelo mercado, pela mídia, pelo Congresso Nacional”. 

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Last Update: 18/12/2024