Um evento realizado no Palácio do Planalto com a presença dos bolsonaristas Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Ricardo Nunes (MDB), prefeito reeleito de São Paulo, nesta sexta-feira (19) acabou se tornando um repúdio à tentativa de golpe e à ditadura. A cerimônia tinha como objetivo anunciar investimentos em obras de infraestrutura em São Paulo.
Mesmo com a presença de Tarcísio e Nunes, ambos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, ministros do primeiro escalão do governo Lula criticaram a trama golpista. Esse foi o primeiro encontro entre o petista, o governador e o prefeito desde o indiciamento do ex-mandatário e 36 aliados.
“Não é fácil para um presidente e vice-presidente, que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado e tudo que assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso e respeito ao voto popular”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Rui Costa, ministro da Casa Civil, também usou o evento para apontar que Lula mostra “a figura de um estadista que não se abala um milímetro, mesmo com todas as informações e notícias que vieram à tona” sobre a trama golpista.
“Chegaram a tramar algo que ninguém nesse salão ou no país imaginava que poderia acontecer. Que alguém teria a coragem de tramar a captura, o sequestro, a morte de um ministro do Supremo Tribunal Federal, de um presidente da República eleito e de um vice-presidente da República eleito”, afirmou Rui.
O vice-presidente Geraldo Alckmin apontou que o evento no Planalto deveria ser usado para “celebrar a democracia”. “Como é bonita a democracia. Passadas as eleições, os entes federados trabalhando juntos, para o bem comum”, afirmou em discurso.
Tarcísio e Nunes não fizeram nenhuma menção ao inquérito ou ao indiciamento de Bolsonaro, apenas exaltaram a parceria entre as gestões municipais e estaduais com o governo federal e com o BNDES. Lula não discursou e apenas cumprimentou os bolsonaristas.
Vale lembrar que Tarcísio esteve no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, em 19 de novembro de 2022, mesmo dia em que o então presidente discutiu a minuta golpista com aliados, segundo documentos obtidos pela PF.
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