O presidente do Sebrae, Ricardo Silva, junto aos ministros da Reconstrução do RS, Luís Carlos Pimenta, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, João Teixeira, anunciaram, nesta quinta-feira (29), na Expointer em Esteio (RS), medidas para auxiliar empreendedores urbanos e rurais do estado.

O Fundo de Aval de Amparo (Fampe) receberá um aporte de R$ 1 bilhão, destinado a micro e pequenas empresas que enfrentam as consequências das recentes enchentes.

Crédito direcionado aos empreendedores

Ricardo Silva destacou que essa é a maior linha de crédito já recebida pelo Rio Grande do Sul para micro e pequenos empreendedores.

O Sebrae garantirá 100% do valor para que os recursos cheguem diretamente aos empreendedores necessitados.

Importância da parceria entre governo e Sebrae

O ministro Luís Carlos Pimenta ressaltou o empenho do governo para assegurar que os recursos atinjam todos os empreendimentos no estado.

Desde o início das discussões, o Sebrae tem colaborado para que o crédito esteja disponível a esses empresários.

Facilidade de acesso ao crédito

Segundo Silva, 88% das micro e pequenas empresas não conseguem acessar crédito por falta de garantias.

Ele sublinhou que, com o apoio do Sebrae, os negócios do Rio Grande do Sul terão condições de superar as dificuldades atuais.

Primeiros contratos assinados na Expointer

Durante o evento, foram firmados os primeiros contratos da nova linha de crédito, disponível na rede bancária e em cooperativas.

Duas empreendedoras, Ana Luiza Silva, de Campo Bom, e Maria Eduarda Silva, de Esteio, já garantiram o acesso aos recursos e receberam um voucher de R$ 2,5 mil para contratar consultoria especializada.

Ação contínua desde o início das enchentes

O Sebrae, em parceria com o Ministério da Reconstrução, tem apoiado os empreendedores desde o início das enchentes. Inicialmente, a prioridade foi manter os negócios operando.

Em seguida, a instituição lançou o Sebraetec Supera, oferecendo orientações e consultorias para reerguer as empresas.

Mesmo assim, 35,6% dos pequenos negócios do estado permanecem fora de operação após as fortes chuvas de maio.

Aval do Sebrae para garantir crédito já beneficia pequenos negócios atingidos pelas cheias

A meta é um aporte de garantias no Fundo de Aval para realizar R$ 1 bilhão em crédito para os pequenos negócios, com 100% de cobertura em cada operação e isenção de taxas, voltado para atender os empreendedores gaúchos que ainda sofrem as consequências das enchentes no estado.

“Quando damos a garantia, os juros caem porque não há risco. E quando a gente pulveriza nos diversos agentes, provocamos uma competição no sistema financeiro, reduzindo ainda mais as taxas de juros.

Além disso, há ainda a segurança que o micro e pequeno empreendedor vai ter, pois nós somos os avalistas”, explicou o presidente do Sebrae, Ricardo Silva.

O ministro da Reconstrução, Luís Carlos Pimenta, destacou os esforços para que os recursos cheguem a todos que possuem algum empreendimento no estado.

“Desde o início, temos conversado com o Sebrae para trazer o recurso a esses empreendedores. Estamos muito felizes com a presença do presidente Ricardo Silva aqui”, destacou.

Uma das empreendedoras beneficiadas com o aporte é Ana Luiza Silva, proprietária da Charme Lingerie e Moda Praia, um pequeno negócio em Campo Bom (RS).

Ela está tomando, pela primeira vez, um crédito no valor de R$ 50 mil, com aval do Fampe, para investir no e-commerce após seu faturamento ter sido afetado pelas enchentes.

“Eu mantenho a loja pela fidelização que eu tenho com as clientes, mas sinto a necessidade de entrar nesse segmento”, conta. “Foi muito rápido conquistar o empréstimo, sem grandes burocracias.

Nós somos bons pagadores, mas se o banco não acreditar, não adianta”, continuou Ana Luiza, que receberá um voucher de R$ 2,5 mil para a contratação de uma consultoria especializada em negócios do Sebrae.

Letícia Pimentel da Silva, de Esteio, é sócia-proprietária da Granplast, uma pequena indústria de embalagens recicladas.

Ela contou que durante as chuvas não teve como acessar a empresa e perdeu muitos fornecedores e clientes. A empreendedora explicou como pretende utilizar o crédito conquistado com o aval do Sebrae.

“Vamos fazer investimentos em máquinas novas, em melhorias na tecnologia para um aumento de produção e de faturamento”, afirmou.

“Os juros estão bem dentro do nosso orçamento e como não vamos precisar dar nada como garantia, está sendo muito bom”, completou.

Agricultura familiar

Durante o evento, dois representantes de cooperativas de produtores rurais também assinaram contratos de financiamento com o aval do Sebrae por meio do Fampe.

“A disponibilização desse aval para as cooperativas da agricultura familiar mostra que o Sebrae quer fazer um trabalho social de maior profundidade chegando aos rincões do Brasil”, destacou o ministro do Desenvolvimento Agrário, João Teixeira.

Uma delas é a Cooperativa dos Trabalhadores da Reforma Agrária Terra Livre, com sede em Nova Santa Rita (RS) e abrangência em todo o estado com a produção de leite, arroz orgânico, suco da uva, mel e feijão.

Djones Roberto Zucolotto, que integra a direção da entidade com cerca de 1 mil cooperados, explicou que os recursos chegaram em boa hora.

“Foram três eventos seguidos de estiagem aqui no Rio Grande do Sul, onde as nossas famílias sofreram muito. E, recentemente, as enchentes.

Esse recurso vem justamente neste momento que vamos precisar de um capital de giro para continuarmos produzindo e comercializando para o mercado institucional, com alimentação escolar pelo PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar] e nos PAAs [Programa de Aquisição de Alimentos] para o Exército, para os institutos federais e hospitais”, disse.

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Última Atualização: 29/08/2024