O bilionário Elon Musk continua sendo criticado na Europa, especialmente na Alemanha, após realizar uma saudação nazista durante a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O evento ocorreu em Washington, na arena Capital One, na segunda-feira (20), antes da chegada do republicano.
No palco, Musk colocou a mão direita sobre o coração antes de estender o braço diagonalmente para frente com a mão aberta, repetindo o movimento em outra direção enquanto exclamava: “O meu coração está convosco”.
O chanceler alemão Olaf Scholz condenou o ato, chamando-o de “uma vergonha” durante sua participação no Fórum Econômico de Davos. Ele aproveitou para reafirmar que a liberdade de expressão não deve ser confundida com apoio a ideologias extremistas. “O que não aceitamos é que se apoiem posições de extrema-direita”, declarou.
A imprensa e figuras públicas na Alemanha também se manifestaram. Em um artigo publicado no jornal Die Zeit, o jornalista Lenz Jacobsen foi contundente: “Uma saudação nazista é uma saudação nazista. O gesto fala por si”.
Quem está colocando dúvida sobre o que aconteceu só pode ser cúmplice.
E a história cobrará o preço. pic.twitter.com/kIXlqBFYzU
— Articulação Judaica de Esquerda 🇿🇦 (@AJEOficial) January 21, 2025
Michel Friedman, antigo vice-presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, descreveu o gesto de Musk como um marco perigoso para o mundo livre. Friedman, que perdeu familiares no Holocausto, afirmou ao jornal Tagesspiegel: “A quebra de tabus está a chegar a um ponto perigoso. O que vimos foi uma desumanização em ação”.
Kai-Uwe Herbst, juiz alemão especializado em casos envolvendo a saudação nazista, afirmou ao Berliner Zeitung que estender deliberadamente o braço na diagonal pode ser suficiente para acusação, desde que a intenção maliciosa seja comprovada. “Por vezes, isso ocorre com pessoas alcoolizadas ou em provocações políticas. Ainda assim, é um crime grave no contexto alemão”, explicou.
A polêmica também reacendeu debates sobre responsabilidade política de figuras públicas. “Elon Musk precisa entender o peso de seus atos e declarações, especialmente em um momento de crescente polarização”, concluiu Friedman.
Apesar das críticas, ele negou qualquer associação ao gesto histórico. “Francamente, eles precisam de melhores truques sujos. O ataque de ‘toda a gente é Hitler’ já está muito cansativo”, escreveu Musk na rede social X, da qual é proprietário.
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